A pesquisa de opinião realizada pela agência britânica ICM Research mostra que cerca de 60% dos moradores de diversos países da Europa e dos Estados Unidos gostariam de conhecer um ponto de vista diferente do promovido pela grande mídia internacional — estadunidense, britânica, francesa, alemã e até grega.
De acordo com os respondentes, os principais meios de informação nestes países não apresentam informações suficientes sobre os acontecimentos de envergadura internacional.
A pergunta utilizada pelos pesquisadores foi esta: "Até que ponto seria interessante para você ter acesso a pontos de vista alternativos sobre os acontecimentos mundiais, por exemplo, ao ponto de vista da mídia russa?".
81% dos respondentes na Grécia declararam estar interessados em tal possibilidade. Esta é a maior porcentagem entre os cinco países.
A Grã-Bretanha e os EUA ocuparam o segundo lugar, com 57% cada um. Na Alemanha, a porcentagem é de 55%, e na França, só 49% dos participantes da pesquisa estariam interessados em ler a imprensa russa.
Vozes sem russofobia
Para muitos observadores, os resultados da pesquisa são reveladores. Se a mídia ocidental acusa a russa de mentir e fazer propaganda, ela própria segue na mesma trilha ao longo dos anos e deixou de ser interessante para os leitores, ouvintes e espectadores.
Segundo o cientista político e historiador do Fórum Russo-Alemão Alexander Rahr, contatado pela Sputnik Deutschland, a Alemanha precisa de mais flexibilidade da estrutura midiática:
"A Alemanha tem uma grande quantidade de leitores da mídia alemã que gostaria que a cobertura dos temas russos e da atual crise ucraniana fosse mais objetiva e tivesse em conta as posições de ambas as partes. Prevalece a impressão de que a cobertura do conflito ucraniano tem sido demasiadamente unilateral, especialmente no pico da confrontação em fevereiro do ano passado".
Já segundo o professor italiano Eugenio Di Rienzo, da universidade La Sapienza, questionado pela Sputnik Italia, a maioria dos meios de comunicação italianos adere ao ponto de vista antirrusso. Portanto, há falta de alternativa, embora haja grande interesse nela:
"Eu acredito que os italianos estão muito interessados nisso [em conhecer outros pontos de vista sobre assuntos relevantes da agenda internacional] <…> Até a pessoa mais simples nota que a política ocidental para com a Rússia é completamente errada. Eu vejo muito debate nas redes sociais, as pessoas procuram mais informação <…> Há vozes independentes sem posição russófoba, elas existem".