Bancos gregos voltam a funcionar mas carreira de Tsipras está em questão

© AFP 2023 / ANDREAS SOLARO Bandeira da Grécia
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Os bancos gregos abrem portas após três semanas de impasse devido às negociações sobre dívida externa do país. Mas os limites de levantamento de dinheiro e restrições a transferências para o estrangeiro continuam em vigor. A Grécia espera ainda um aumento de preços.

Esta segunda-feira (20) as novidades na Grécia não foram só a reabertura dos bancos, mas também o aumento do imposto sobre valor acrescentado (IVA) no setor da restauração e transportes públicos. O país também deve pagar 3,5 bilhões de euro ao Banco Central Europeu, em caso contrário a instituição irá cortar o financiamento de emergência aos bancos gregos.

Cabe lembrar que, em 30 de julho, a Grécia já falhou o pagamento de US$ 1.8 bilhões ao FMI.

French President Francois Hollande gestures as he answers a question during a news conference at the Elysee Palace in Paris February 5, 2015 - Sputnik Brasil
Hollande sugere criar governo da zona do euro
Enquanto a Grécia continua à beira da falência, na segunda-feira passada (13), os líderes da zona do euro chegaram a um acordo com o governo grego sobre um terceiro pacote de resgate financeiro. O acordo alcançado adiou o chamado Grexit, ou seja, a saída da Grécia da zona do euro.

Os 19 países da moeda única são também afetados com a crise grega: os déficits públicos aumentaram, tal como a dívida. Nos termos do Tratado de Maastricht de 1992, os países que têm uma moeda comum devem obedecer a regras sobre o endividamento e o limite do déficit. Mas as únicas soluções dos problemas têm sido os resgates, ou seja, mais empréstimos, por parte das instituições europeias e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Um dos arquitetos do euro, Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Europeia, completa hoje (20) 90 anos de idade. Em homenagem a Delors, o presidente francês, François Hollande, concedeu uma entrevista à edição francesa Journal du Dimanche, na qual sugeriu estabelecer um governo da zona do euro.

“A moeda única é muito mais de que a convergência econômica.”

Além disso, Hollande sublinhou que a zona do euro deve ser liderada por “uma vanguarda de países”. Segundo ele, a França está disposta a participar neste processo porque, como Jacques Delors mostrou, o país se torna mais forte quando mostra iniciativa na Europa.

Enquanto isso existe a opinião de que a instituição proposta não resolverá os problemas dentro a UE e do euro.

Primeiro ministro da Grécia Alexis Tsipras - Sputnik Brasil
Europa não quer pagar dívida da Grécia enquanto Tsipras cede perante credores
Lembramos que na sexta-feira (17), a Comissão Europeia liberou um empréstimo de emergência, no valor de 7 bilhões de euros, destinado a cobrir as despesas imediatas de Atenas junto ao FMI e o Banco Central Europeu. A quantia chegou hoje ao país. Nas próximas semanas, os políticos gregos deverão acertar com os seus credores o restante das pendências para garantir um terceiro resgate ao país, que poderá chegar a 86 bilhões de euros, ao longo de três anos. 

O premiê grego, Alexis Tsipras, junto com a coalizão no poder no seu país, defendeu a reestruturação da dívida grega e mais independência nos assuntos econômicos dentro da UE. Recorde-se que ele chegou ao poder através de promessas de acabar com a política de austeridade.

Grécia tem até esta terça-feira (30) para pagar parcela da dívida a credores internacionais - Sputnik Brasil
Presidenciável português augura aumento de impostos, desemprego e recessão para Grécia
O referendo realizado por sua iniciativa em 5 de julho foi o culminar da recusa dos gregos de seguir a política imposta pela UE e FMI. O "defensor do não" às medidas de austeridade propostas por credores à Grécia, o ex-ministro das Finanças Yannis Varoufakis, demitiu-se justamente depois do plebiscito, deixando a mensagem de que cumpriu a sua tarefa.

Neste contexto, o presidenciável de Portugal Paulo Morais opinou em exclusivo à Sputnik Brasil que está na hora de o premiê grego sair. O político português argumentou a sua opinião pelo fato de que Tsipras agora implementa o contrário do que sempre defendeu.

“Eu acho verdadeiramente que o próprio primeiro-ministro grego neste momento deveria fazer é eventualmente sair, porque já não exerce o cargo com dignidade.”

Com o objetivo de mostrar a Tsipras as consequências da austeridade, Paulo Morais convidou mesmo o premiê a visitar Portugal.

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