“Em Ho Chi Minh tive reuniões com os dirigentes da cidade, visitei o Museu da Libertação e constatei que, aos olhos da comunidade internacional, o tema dos crimes americanos no Vietnã tem estado injustamente em segundo plano. Porém, a data em si do 40º aniversário da liberação completa do Vietnã apela a que os criminosos militares americanos sejam reprovados publicamente e pressionados para que, pelo menos, peçam desculpas”.
O senador russo compara os crimes cometidos por militares estadunidenses com as ações da Alemanha nazista:
“Eu não sou anti-americanista, não censuro o povo americano e não apelo para ações terroristas contra cidadão dos EUA. Eu falo do conluio criminal de responsáveis públicos americanos… Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazis queimavam pessoas em formos de campos de concentração, e os americanos queimavam vietnamitas com napalm e fósforo. Qual é a diferença? Os crimes dos nazis foram classificados pelo tribunal de Nurembergue como crimes contra a Humanidade sem prazo de prescrição, já os crimes de guerra americanos não receberam condenação internacional”.
A iniciativa do senador russo abrange não só crimes americanos no Vietnã, mas também em Laos, Camboja, Coreia, Sérvia, Iraque, Guatemala e Líbia. E isso não é a lista completa de delitos com participação direta de tropas americanas. Na sequência destas ações, somente durante a segunda metade do século XX, morreram mais pessoas do que a população atual da Bélgica.
“Eu chamo isso de Tribunal de Consciência. E julgo que os parlamentares, representantes de vários países, podem criá-lo. Irei levantar esta questão durante a assembleia parlamentar da ASEAN em Kuala Lumpur, durante o encontro com colegas na Assembleia Parlamentar da OSCE porque em ambas as organizações há países-vítimas do militarismo americano…”, disse Klimov acrescentando que precisa de apoio do lado vietnamita.
Klimov disse que irá tentar elaborar um plano com ações concretas:
“O tribunal deve ser preparado de maneira séria, argumentada, para mostrar de forma determinada com quem a Humanidade está lidando quando se fala dos EUA”.