Em março deste ano as autoridades de Kiev apresentaram a iniciativa de introduzir uma missão militar de paz em Donbass. Esta, no entanto, só pode ser criada mediante aprovação do Conselho de Segurança da ONU. A Rússia, que detém o direito de veto no conselho, está disposta a debater a questão, mas possui dúvidas com relação à mesma.
“A partir de agora a Ucrânia levantará constantemente a questão da introdução de forças de paz com base na resolução do Conselho de Segurança da ONU, para um cumprimento eficiente dos acordos. Não como uma alternativa, mas como um ajuda a Minsk. Ou ainda, a proposta do uso de uma missão especial da UE, que nós igualmente iremos solicitar para ser debatida pelos países da União Europeia” – disse Poroshenko durante um entrevista conjunta com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas.
A questão, no entanto, divide opiniões. Assim, por exemplo, segundo o ex-primeiro-ministro da Ucrânia Nikolai Azarov, a introdução de forças de paz no território ucraniano significaria o reconhecimento de uma cisão do país. Nas suas palavras, a resolução do conflito deve ser alçada internamente, sem uso de agentes externos, através de um diálogo entre “ucranianos e ucranianos”.
Os Acordos de Minsk, assinados pelo “quarteto da Normandia” (Alemanha, Rússia, França e Ucrânia) em 12 de fevereiro de 2015, prevêem a retirada de tropas e o cessar-fogo completo, mas os representantes de Donetsk e Lugansk têm repetidamente declarado que Kiev viola os acordos.