As relações foram suspensas depois da captura, por forças israelenses, de um navio com uma carga humanitária que tentou romper o bloqueio da Faixa de Gaza em 2010, que resultou na morte de 10 cidadãos turcos.
O líder do partido oposicionista Partido Republicano do Povo, ex-cônsul em Mosul, Öztürk Yılmaz, disse à Sputnik que o gás israelense pode substituir o da Rússia, dada a crise nas relações russo-turcas.
O deputado fez lembrar que, para normalizar as relações, Israel tem de cumprir três condições: apresentar desculpas por parte das autoridades de Israel, pagar compensações aos parentes dos mortos e levantar o bloqueio da Faixa de Gaza.
“Acho que a razão-chave que arrastou o processo de negociação foi a condição turca sobre o levantamento do bloqueio da Faixa de Gaza. Provavelmente, ambos os lados entendem que um consenso sobre este item será muito difícil, se não impossível”, salientou Öztürk Yılmaz.
“Tendo em conta a tensão que existe entre a Turquia e Rússia, com o Iraque, sem falar da crise síria, Ancara intensificou a busca de direções alternativas de cooperação. Considero as negociações com Israel deste ponto de vista”.
Ayhan Bilgen, porta-voz do Partido Democrático dos Povos, concorda que as tensões na região do Oriente Médio, a política falhada de Ancara na crise síria, que resultou no enfraquecimento da Turquia na região, leva Ancara a intensificar a cooperação com a OTAN e se aproximar de Israel.
“Esta estratégia é acompanhada de riscos graves, põe em dúvida a solidez das relações entre os atores-chaves na região”, opina o especialista.