Saída de emergência turca: país restabelece relações com Israel

© flickr.com / Kashfi HalfordFronteira entre a Faixa de Gaza e Israel
Fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel - Sputnik Brasil
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Israel e a Turquia firmaram um acordo preliminar para a normalização das relações bilaterais. A Sputnik falou com especialistas turcos para saber as repercussões deste evento histórico.

As relações foram suspensas depois da captura, por forças israelenses, de um navio com uma carga humanitária que tentou romper o bloqueio da Faixa de Gaza em 2010, que resultou na morte de 10 cidadãos turcos.

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Foi a parte israelense que iniciou o restabelecimento das relações. Segundo os dados oficiais, os países devem reabrir as suas embaixadas. No entanto, o acordo final ainda não está fechado. Além disso, a Turquia começará a construção de um gasoduto em Israel. 

O líder do partido oposicionista Partido Republicano do Povo, ex-cônsul em Mosul, Öztürk Yılmaz, disse à Sputnik que o gás israelense pode substituir o da Rússia, dada a crise nas relações russo-turcas. 

O deputado fez lembrar que, para normalizar as relações, Israel tem de cumprir três condições: apresentar desculpas por parte das autoridades de Israel, pagar compensações aos parentes dos mortos e levantar o bloqueio da Faixa de Gaza.

“Acho que a razão-chave que arrastou o processo de negociação foi a condição turca sobre o levantamento do bloqueio da Faixa de Gaza. Provavelmente, ambos os lados entendem que um consenso sobre este item será muito difícil, se não impossível”, salientou Öztürk Yılmaz.

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O especialista notou que, analisando as negociações, é preciso tomar em conta a situação na região:

“Tendo em conta a tensão que existe entre a Turquia e Rússia,  com o Iraque, sem falar da crise síria, Ancara intensificou a busca de direções alternativas de cooperação. Considero as negociações com Israel deste ponto de vista”.

Ayhan Bilgen, porta-voz do Partido Democrático dos Povos, concorda que as tensões na região do Oriente Médio, a política falhada de Ancara na crise síria, que resultou no enfraquecimento da Turquia na região, leva Ancara a intensificar a cooperação com a OTAN e se aproximar de Israel. 

“Esta estratégia é acompanhada de riscos graves, põe em dúvida a solidez das relações entre os atores-chaves na região”, opina o especialista.

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