"Para um país, é muito mais difícil controlar um mercado invisível do que um que seja visível, se a comercialização é conhecida, pode-se gerar uma regulação mais estrita, a qual esteja orientada a diminuir o consumo e a adição à maconha", disse o assessor da OEA no país que legalizou a maconha em 2013.
A Rússia ficou decepcionada, naquela altura, pela decisão do então presidente do Uruguai, José Mujica.
Diego Canepa ressaltou, perante os congressistas mexicanos, que não basta que as políticas públicas convençam os usuários das drogas a abandonar o hábito. O essencial seria, segundo ele, ter "evidência científica de que estão produzindo resultados" e "uma avaliação periódica sobre os avanços".
O funcionário disse também que "existe uma enorme hipocrisia ao nível internacional" sobre as drogas.
Em finais de 2015, o Supremo Tribunal do México autorizou "o consumo pessoal com fins recreativos (semear, cultivar, colher, preparar, possuir, transportar) exclusivamente o entorpecedor cannabis (sua resina, preparados e sementes) e o psicotrópico THC (tetrahidrocannabinol, contido na erva), cujo conjunto é conhecido como maconha".
A decisão atendeu a uma ação promovida por quatro integrantes do grupo Sociedade Mexicana de Autoconsumo Responsável (SMART) e proíbe "atos de comércio, fornecimento ou qualquer outro referente à alienação das substâncias mencionadas".
Segundo o ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda, o país precisa adotar medidas semelhantes para "não ficar para trás" em comparação com países desenvolvidos, como o Canadá e os EUA, onde a legalização da maconha está progredindo.
Para Castañeda, "é absurdo que nós fiquemos para trás, quando o país que pagou o maior custo em vidas, dinheiro, violência e imagem por esta absurda guerra foi o México".
Clubes de fumantes
Os especialistas Javier Romero, do Centro de Investigação e Docência Econômicas (CIDE) e Lisa Sánchez, da organização social México Unido Contra a Delinquência (MUCD) coincidiram na avaliação positiva da ideia de clubes de "autoconsumo responsável", que, segundo eles, podem pôr fim ao proibicionismo excessivo.