Segundo o documento, intitulado “O bom policial tem medo: os custos da violência policial no Rio de Janeiro.”, o número de mortes causados pelos agentes da segurança no RJ teve uma diminuição em 2013, quando caiu para 400 pessoas, mas cresceu significativamente desde então, com 645 mortes no ano pasado e até maio de 2016 o número já chega a 322 mortos.
A HRW mostra também que a causa dos incidentes não pode ser qualificada como decorrente de ‘confrontos’, visto que, apesar de alto, o número de policiais mortos é significativamente menor do que das vítimas da polícia. De acordo com a ONG, para cada policial morto em serviço em 2015, a polícia matou 24,8 pessoas.
“A polícia atira em pessoas desarmadas, atira pelas costas em fugitivos e executa indivíduos que já estão imobilizados com tiros na cabeça”, indica o relatório.
O relatório também fez duras críticas às investigações da Polícia Civil e do Ministério Público sobre omissões de execuções, classificando-as como “lamentavelmente inadequadas”.
Em 64 casos analisados, a ONG encontrou provas de tentativas de acobertamento das execuções.
A Human Rights Watch aponta que a polícia do Rio, de fato, enfrenta ameaças reais por parte de gangues de criminosos fortemente armados e, por isso, muitas das mortes são resultado do uso legítimo da força letal, o que leva a instituição a reportar praticamente todos os casos como atos de autodefesa legítima a maioria No entanto, o relatório afirma que em muitas ocasiões trata-se de assassinatos extrajudiciais.