Opinião: Ressentimento dos militares motivou o golpe na Turquia

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O motivo da crise entre as autoridades turcas e as elites do exército é o ressentimento dos militares por terem sido afastados do poder, que estava em suas mãos antes da presidência de Erdogan, avalia o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Conselho da Federação (câmara alta do parlamento russo) Konstantin Kosachev.

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“A crise nas relações entre as atuais autoridades da Turquia e as elites do exército (o de sua maior parte) está presente durante todos os anos de Erdogan no poder. A crise tem origem na irritação dos militares com o afastamento de Ancara dos “únicos ideais certos” do pai do Estado moderno turco, Mustafa Kemal Atatürk (irritação com o islamismo moderado do atual presidente), bem como num desconforto mais pragmático, pelo afastamento dos militares do real poder, que estava em suas mãos antes de Erdogan”, escreveu o senador em seu blog no Facebook.

Kosachev avalia que as repressões contra os organizadores do golpe, “levando em consideração as particularidades da Turquia, serão amplas”.

“Isso foi uma luta pelo poder, o que é objetivo de toda tentativa de golpe. Independente das simpatias políticas por uma ou outra parte em conflito (e a isso só o povo da Turquia tem o direito), em todo caso é ruim, quando uma questão de poder é resolvida por um caminhão não constitucional, mas nas ruas e nas praças. Ainda mais quando morrem pessoas”, destacou o político.

Segundo o senador russo, o exemplo do golpe na Ucrânia demonstrou com toda clareza que o caminho da violência não leva a lugar algum.

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