Para o cientista político Paulo Velasco, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Fundação Getúlio Vargas, o resultado não surpreendeu. Em entrevista à Sputnik, ele acentua:
"Surpresa seria Dilma Rousseff escapar do impeachment. Quando ela esteve no Senado Federal na segunda-feira, 29, todos já sabiam que havia muito pouco ou quase nada a fazer por ela, apesar de toda a ponderação e o equilíbrio de sua fala aos senadores. Mas, como se viu, este julgamento teve um certo quê de cartas marcadas."
Do ponto de vista das relações internacionais do Brasil, Paulo Velasco acredita em mudanças substanciais. Em sua opinião, há alguns indicativos, por parte do ministro do Exterior, José Serra, de que a prioridade do Brasil será o relacionamento com os Estados Unidos e a Europa, deixando um pouco de lado as parcerias com os vizinhos sul-americanos, especialmente os que seguiam uma linha doutrinária abraçada por Dilma Rousseff e pelo seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda segundo Paulo Velasco, o primeiro grande teste internacional de Michel Temer, efetivado na Presidência da República, acontecerá na reunião do G20 em Xangai, na China, que acontece neste final de semana.