Um relatório, feito por Sir John Parker, especialista em mineração do Ministério da Defesa, sobre construção naval para a Marinha Real, demonstra que o governo do Reino Unido criou um "ciclo vicioso", encomendando navios tardiamente e, consequentemente, fazendo com que a nação enfrente custo a longo prazo.
Sir Parker sublinha a incerteza em torno das qualificações dos funcionários do Ministério da Defesa, com a possibilidade de o pessoal não possuir suficiente experiência comercial para lidar com os contratos da empresa de defesa, segurança e aeroespacial BAE Systems.
DefSec Michael Fallon welcomes Sir John Parker's independent report on the future of UK naval shipbuilding.https://t.co/W4Xexr0vx3 pic.twitter.com/IN2IL2ltuN
— Ministry of Defence (@DefenceHQ) 29 ноября 2016 г.
"Não está claro se a Defesa tem gerenciadores de projetos de contratos suficientes e suficientemente qualificados, com conhecimentos comerciais adequados, para gerenciar os sofisticados contratos de navios de guerra com a BAE", disse Sir Parker no seu relatório.
Ele pede ao ministério para começar olhando a forma como a Escócia revolucionou sua frota de navios de guerra, usando tecnologia de ponta capaz de produzir componentes de navio em todo o Reino Unido antes de serem utilizados na montagem dos mesmos.
"A construção dos maiores navios de guerra da Marinha Real, os porta-aviões da classe Queen Elizabeth, já demonstrou o sucesso de tal abordagem, com múltiplos estaleiros e centenas de empresas em todo o Reino Unido trabalhando em conjunto e beneficiando a construção de porta-aviões", disse Sir Parker.
Who is the ‘Superman-like’ Sir John Parker who’s trying to improve our Royal Navy? https://t.co/HfhWSl9bv0 #Hampshire pic.twitter.com/f4ZQ436v4c
— HAMPSHIRE (@DailyHAMPSHIRE) 29 ноября 2016 г.
O relatório foi feito em um momento crucial para o Ministério da Defesa, pois, recentemente, um de seus navios de guerra teve que ser rebocado de volta para o porto depois de sofrer uma avaria técnica dois dias depois de ter zarpado. O destróier do Tipo 45 da Marinha britânica teve de ser rebocado de volta depois de sofrer uma falha total de propulsão enquanto estava participando de exercícios da OTAN.
Em novembro, o ministério também confirmou que alguns de seus navios de guerra iriam ficar sem um míssil antinavio devido a motivos financeiros. Isso levou a críticas por parte de políticos como Douglas Chapman, membro do Parlamento pelo Partido Nacional Escocês (SNP, sigla em Inglês). Segundo ele, a Marinha ficaria indefesa.
"Não apenas a Marinha Real se encontra no mínimo histórico de 17 fragatas e contratorpedeiros em funcionamento", continuou ele, "como agora nós descobrimos que esses navios de guerra serão deixados indefesos de uma forma que certamente nenhuma outra grande marinha moderna considera aceitável".
O Ministério da Defesa está sob imensa pressão para manter a nação segura. No entanto, com uma série de obstáculos caóticos, ele aparenta ser um departamento falho em desesperada necessidade de ajuda. O relatório de Sir Parker destaca que ainda há muito trabalho a ser feito.