O novo eixo Moscou-Ancara-Teerã poderá desempenhar um papel crucial na resolução dessas questões, declarou o especialista em Oriente Médio Vladimir Ajzenhamer da Faculdade da Segurança da Universidade de Belgrado.
"Se examinarmos a morte de Andrei Karlov no contexto dos eventos na Europa e no Oriente Médio é evidente que é inútil pensar que alguém esteja numa posição mais privilegiada do ponto de vista da segurança", pensa o interlocutor da Sputnik Sérvia.
Em entrevista à Sputnik, Vladimir Ajzenhamer afirmou que, por esta razão, a colaboração entre a Rússia e a Turquia é vital, especialmente na linha Moscou-Ancara-Teerã, e que essa colaboração é possível.
"Hoje estamos à beira da criação de um novo eixo que conseguirá, provavelmente, mudar a situação no Oriente Médio para melhor e contribuir para a resolução do conflito o mais rápido possível. As negociações de Genebra sobre a paz na Síria, que decorreram durante vários anos, não deram resultados concretos", apontou o especialista à Sputnik.
"Agora é cedo para discutir se os três ataques terão sido coordenados ou se terão sido uma coincidência, mas é claro que existe uma só origem — o conflito na Síria e no Iraque. O sinal é evidente — nem a Turquia, nem a Europa estão em segurança", acrescentou.
Segundo disse Vladimir Ajzenhamer, "agora é a melhor altura para a cooperação entre as potências principais — EUA e Rússia — contra o terrorismo. Se alguma coisa os puder unir será este tipo de ameaça".
O que aconteceu ontem é um caso sem precedentes na história contemporânea e nós vemos que os EUA expressaram imediatamente sua compaixão. Está ficando claro que ninguém está protegido de tais ataques e hoje só falta saber quando poderá o conflito no Oriente Médio, que já ganhou dimensões globais, "fazer ricochete" sobre os diplomatas e cidadãos americanos, concluiu.
Lembramos que os chefes da diplomacia russa, iraniana e turca acordaram em 20 de dezembro uma declaração conjunta sobre a reanimação do processo político para resolver o conflito na Síria, o que permite falar sobre a possível união estratégica entre a Rússia, o Irã e a Turquia no Oriente Médio.