Zlobin explicou que, para Trump, será difícil mudar de rumo na política externa dos EUA, e que os "falcões" americanos, provavelmente, permanecerão no Departamento de Estado durante todo seu mandato.
Até hoje, Trump tem cumprido sua palavra em questões como o desenvolvimento interno do setor energético e da infraestrutura, mas seu foco nessa área se realiza em detrimento da política externa, afirmou Zlobin.
"Trump vai ignorar a política externa e lidar com os assuntos internos, deixando os assuntos internacionais para a elite diplomática americana", adiantou.
"Ele [Trump] é um egoísta industrial. Os EUA estão se tornando em um país de egoísmo industrial, e sob Trump há uma ameaça grande de se perder o interesse em política externa, o que significa instabilidade para os EUA", avisou o especialista.
A administração de Trump tem priorizado os projetos de energia e infraestrutura visando alcançar a "independência energética" dos outros países exportadores.
Na segunda-feira (6), o secretário do Interior americano Ryan Zinke anunciou que o Departamento do Interior alugaria quase 3 milhões de quilômetros quadrados da plataforma continental americana, que abrange tais estados como o Texas, a Louisiana, o Mississippi, o Alabama e a Flórida, para a exploração de petróleo e gás natural.
Ao conduzir sua campanha, Trump questionou várias vezes a disponibilidade dos EUA para defender seus aliados da OTAN em caso de uma agressão externa, argumentando isso com a falta de vontade por parte dos outros países-membros para cumprir as regras do bloco em relação às despesas militares, que deverão constituir 2% do PIB.
"Sou grande apoiante da OTAN, mas eles têm que pagar", afirmou Trump em um dos debates presidenciais em outubro do ano passado.
Apenas 5 participantes da Aliança, ou seja, Estônia, Grécia, Polônia, Reino Unido e os EUA, estão hoje em dia cumprindo as exigências financeiras do bloco.
"Eles são muito injustos em relação a nós. Nós apoiamos fortemente a OTAN e apenas pedimos para que todos os países-membros da OTAN façam sua contribuição apropriada e na íntegra, o que muitos deles não têm feito", afirmou Trump em um dos seus discursos.