O senador republicano John McCain é uma espécie de ministro do Exterior do “Estado profundo” que tenta sabotar tanto quanto possível a estratégia da política externa de Trump. Podemos referir como exemplo as relações com a Rússia.
Na segunda-feira, em Belgrado, McCain realizou uma reunião a portas fechadas com o primeiro-ministro e presidente eleito da Sérvia Aleksandar Vucic e, como habitualmente, acusou Moscou de assistência a Assad e do uso de métodos militares em vez da diplomacia. Por sua vez, o líder sérvio disse que a república não tem intenção de aderir à OTAN, como, aliás, a qualquer outro bloco militar, e irá manter sua independência e neutralidade.
"Embora formalmente McCain seja um senador, na verdade, ele seria mais apropriadamente chamado de ministro das Relações Exteriores do "Estado profundo" que luta contra a política externa de Trump, e que prevê a normalização das relações com a Rússia. A visita de McCain à Sérvia pode ser entendida como uma espécie de tentativa para "proteger" os Bálcãs da influência russa, visto que para o Estado profundo é exatamente nos Bálcãs que passa a linha da frente entre os EUA e a Rússia. Como o presidente dos EUA é agora Donald Trump, que anunciou princípios completamente diferentes, a visita de McCain à região dos Bálcãs provoca desconforto: parece que ele é uma espécie de visitante não convidado, que deve ser recebido, mas sem entusiasmo", diz Adamovic.
De acordo com o interlocutor da Sputnik Sérvia, McCain esteve no poder mesmo nos tempos em que os democratas estavam no poder, ou seja, durante todo o tempo em que a característica dominante da política norte-americana era a política intervencionista.
"O Estado profundo, derrotado nas últimas eleições, não quer permitir a Trump mudar a estratégia da política externa, e aquilo que agora está fazendo McCain é uma sabotagem clássica e uma tentativa para preservar a anterior configuração da política de Washington", conclui o especialista.