Enquanto isso, Sukhvinder Obhi, neurocientista da Universidade McMaster, em Ontário, afirmou algo semelhante a partir do ponto de vista neurológico ao analisar, com a ajuda de uma máquina de estimulação magnética transcraniana, os cérebros das pessoas mais e menos poderosos. O cientista descobriu que o poder prejudica um processo neuronal específico, conhecido como "imitação", uma parte essencial da empatia.
As descobertas Obhi fornecem uma base neural para o fenômeno que Keltner chamou de "paradoxo do poder", segundo o qual, uma vez que as pessoas chegam ao poder, elas perdem algumas das habilidades que eram necessárias para obtê-lo.
Na psicologia e neurologia, a imitação é um tipo sutil de cópia que ocorre inteiramente dentro de nossas cabeças sem a nossa consciência. Quando observamos alguém realizar uma ação, a parte do cérebro que seria usada para realizar a mesma coisa "acende", como uma resposta empática.
Keltner sugere que, embora seja difícil de evitar a tendência do poder de afetar o cérebro, as pessoas podem parar de se sentir poderosas de vez em quando. Apesar de afetar a nossa maneira de pensar, o poder não é um cargo ou uma posição, mas um estado de espírito, disse o psicólogo. Ao recordar um evento, no qual o indivíduo não se sentiu tão poderoso, sugere Keltner, o cérebro pode voltar a "comunicar-se com a realidade" e ser mais empático.