O porta-voz norte-coreano do Ministério de Relações Exteriores disse à mídia estatal que Pyongyang continuaria a fortalecer sua força de dissuasão contra a política hostil do governo estadunidense.
A Coreia do Norte disse que reaparecer em uma lista dos EUA de países que apoiam o terrorismo é "uma séria provocação e uma violação violenta contra o nosso país digno".
"Os EUA serão responsabilizados por todas as consequências decorrentes de sua provocativa atitude contra a RPDC [Coreia do Norte]", disse o porta-voz do ministério norte-coreano ao jornal norte-coreano Rodong Sinmun.
Ainda de acordo com o mesmo funcionário norte-coreano, o país asiático nunca se envolveu em qualquer atividade terrorista, ao contrário do que a Casa Branca possa alegar.
A decisão de recolocar a Coreia do Norte em uma lista de patrocinadores estatais do terrorismo pela primeira vez em nove anos foi do presidente dos EUA, Donald Trump, na última segunda-feira.
A medida é parte da pressão estabelecida por Washington para que Pyongyang desista de suas armas nucleares. Segundo o republicano, a Coreia do "apoiou atos internacionais de terrorismo, incluindo assassinatos em solo estrangeiros".
"O regime norte-coreano deve ser lícito, deve acabar com o desenvolvimento de um míssil balístico nuclear e cessar todo o apoio ao terrorismo internacional, o que não está fazendo", disse Trump.
Para Pyongyang, a atitude de Trump é um instrumento "de destruir países independentes", e só serve para fortalecer a meta da Coreia do Norte de desenvolver o seu arsenal nuclear.
Um dia depois, na terça-feira, Washington impôs novas sanções contra entidades chinesas e norte-coreanas, além de navios suspeitos de ajudar o programa de armas nucleares de Pyongyang.
Além da Coreia do Norte, a lista do Departamento de Estado dos EUA com os chamados "patrocinadores do terrorismo" também inclui o Irã, o Sudão e a Síria. A Coreia do Norte foi incluída pela primeira vez na lista em 1988, depois que os agentes norte-coreanos foram acusados de explodir um jato de passageiros sul-coreano. Todas as 115 pessoas a bordo foram mortas.
O presidente republicano George W. Bush retirou a Coreia do Norte da lista em 2008, depois que Pyongyang concordou em desmantelar uma fábrica de plutônio e permitir inspeções internacionais limitadas para verificar suas instalações.