Há muitos países com os quais a China mantém relações muito próximas, de acordo com o especialista. "A política externa da China é multifacetada e multilateral, por isso não seria correto considerar laços com uma só nação como os mais importantes", enfatizou Lukonin.
Economia
Economia é a esfera onde há carência entre os dois países. A Rússia representou 1,8% das exportações da China e 2% das importações da China em 2016, em comparação com 18,4% e 8,5% das dos EUA, parceiro comercial mais importante da China. No entanto, o mercado e os bens da Rússia podem ser importantes para Pequim, mas não tão importantes como os dos EUA e da União Europeia, segundo indicou Lukonin.
Referindo-se às boas relações pessoais entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, o analista notou que isto contrasta com a carência de laços econômicos.
Ao mesmo tempo, a Rússia e a China coincidem em muitos aspectos no âmbito político, além da coordenação de votos no Conselho de Segurança da ONU. As posições da Rússia e China estão alinhadas em tais questões como a crise da Síria e da Coreia do Norte. Os militares de ambas as nações efetuam exercícios conjuntos regulares.
Além do mais, Moscou e Pequim trabalham juntas para eliminar o dólar do comércio bilateral, o que enfraquece o domínio dos Estados Unidos no sistema financeiro mundial.
Bloco militar
Mas, apesar de serem aliados naturais contra a pressão dos EUA, é impossível que a Rússia e a China façam parte de um bloco militar similar ao da União Soviética e da República Popular da China com liderança de Stalin e Mao, afirmou ao RT Andrew KP Leung, analista financeiro de Hong Kong.
Por outro lado, Moscou e Pequim podem vir a formar uma aliança político-militar ao estilo da OTAN se os EUA decidirem aumentar drasticamente a pressão em Pequim com o intuito de evitar que China persiga sua visão global para o futuro, segundo o especialista em estudos chineses da Universidade Amizade dos Povos da Rússia, Yuri Tavrovsky.
"Em termos geopolíticos, China e Rússia já estão coordenando ativamente suas posições. Enquanto a aproximação da aliança político-militar dependerá em grande medida da pressão exercida pelos EUA", concluiu Tavrovsky.