O acordo permitirá à empresa exportar gás para qualquer ponto do mundo. Para a Venezuela esse evento é único, já que é a primeira vez que o país sul-americano dá a uma empresa estrangeira o direito de exportação de 100% do gás extraído de suas jazidas.
Expulsaram os EUA, convidaram a Rússia
"No mercado internacional não existe problema de liquidez quanto ao gás natural liquefeito", explicou Leontiev, adicionando que não há falta de compradores deste recurso mineral, até mesmo na Venezuela.
A aproximação entre Caracas e Moscou foi impulsionada por motivos políticos. Em 2002, os militares da Venezuela tentaram derrubar Chávez. O presidente venezuelano, que conseguiu manter seu cargo, acusou Washington de provocação. Enquanto isso, para o líder bolivariano, a Rússia, como oponente dos EUA, virou um parceiro importante. Esta atitude contribuiu para o sucesso empresarial da Rússia. Até 2017, a Rosneft e a PVDSA fundaram cinco empresas conjuntas.
Investimentos em um país instável: quais são os riscos?
"Os contratos firmados pela Rosneft são benéficos para os dois lados. Contudo, a oposição assinala que os contratos assinados por Maduro podem ser revisados […] Para a América Latina é comum apelar para a revisão dos contratos. Contudo, quando, por exemplo, a oposição argentina tomou o poder, os contratos assinados com a Rússia se mantiveram", explicou o especialista russo em assuntos latino-americanos Zbignev Ivanovski.
De acordo com ele, no meio aos confrontos entre Maduro e a oposição, a questão russa não é muito discutida nem posta em causa. No que se refere à extração de petróleo nas áreas remotas, os adversários do presidente, bem como os seus apoiantes, acreditam que o país precisa de tecnologias estrangeiras neste campo. A assistência russa não é rejeitada por nenhum dos lados.