Chanceler russo nega que exista 'cortina de ferro' entre Moscou e Washington

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Nas relações entre a Rússia e os EUA não existe uma nova "cortina de ferro", declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em uma entrevista à RIA Novosti.

"Não acho que o termo 'cortina de ferro' possa ser aplicado à relações entre a Rússia e os EUA na etapa atual", disse ele.

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Entretanto, o chanceler russo reconheceu que há numerosos problemas entre os dois países, dando como exemplos da política antirrussa dos EUA as recentes sanções, a pressão sobre os meios de comunicação russos, bem como a situação das propriedades diplomáticas russas nos EUA.

Para Lavrov, os EUA estão vivendo um renascimento do macartismo, tempo em que as ideias anticomunistas nos EUA se agudizaram e se realizavam perseguições políticas dos que tinham "sentimentos antiamericanos".

"Mas pessoalmente estou convencido de que, tal como em seu tempo os EUA se cansaram da 'caça às bruxas' organizada pelo senador Joseph McCarthy, na situação atual a sensatez e a recuperação também chegarão. Embora muito tempo seja perdido em vão", disse o diplomata.

O ministro disse que, por enquanto, não foi discutida a data de um novo encontro entre o presidente russo Vladimir Putin e o seu homólogo norte-americano Donald Trump. Entretanto, os dois líderes estão contatando de maneira bastante intensa sobre vários assuntos internacionais.

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"Em sua recente conversa telefônica o presidente russo agradeceu a Donald Trump pela informação fornecida pela CIA, que ajudou a deter terroristas que preparavam explosões na Catedral de Nossa Senhora de Kazan em São Petersburgo. Este é um exemplo de cooperação real entre a Rússia e os EUA", disse ele.

Entre os problemas mais importantes nas relações entre Moscou e Washington o chanceler russo destacou "a histeria russófoba no establishment político norte-americano que adquiriu, sem exagero, um caráter de paranoia". 

"É ela que nos impede de avançar nas áreas importantes para os nossos países e provoca uma tensão adicional a nível internacional", sublinhou o diplomata.

Ao mesmo tempo, o ministro assegurou que a Rússia não planeja aumentar o nível de confronto com os EUA, mas responderá às ações agressivas.

"Continuaremos defendendo nossas posições de maneira coerente e enérgica, fazendo os colegas de Washington voltarem aos princípios fundamentais nos quais o diálogo deve se basear. O mais importante entre estes princípios é tomar em conta e respeitar os interesses de cada um. De outro modo é impossível melhorar as relações e cooperar nos assuntos internacionais", declarou Lavrov.

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