O desanuviamento que se vive a península da Coreia após a recente reunião de alto nível entre as autoridades de Pyongyang e Seul já deu frutos, que até o presidente dos EUA, Donald Trump qualifica como “passos positivos”. Pyongyang manifestou a sua disponibilidade de congelar seu programa nuclear se for iniciado um diálogo com os EUA, sobretudo no que se refere à potencial desnuclearização e normalização das relações bilaterais.
Gregory Elich, conselheiro do Instituto de Políticas da Coreia (KPI, na sigla em inglês), lembrou que ao longo da história dos acordos desse tipo alcançados pelos EUA e a Coreia do Norte no passado, o governo dos EUA sempre foi o primeiro a violá-los.
O especialista lembrou que, por exemplo, dias depois de firmar um acordo em 2005, em vez de começar a normalizar as relações com Pyongyang, tal como fora acordado, Washington impôs sanções contra o Banco Delta Ásia, utilizado pela Coreia do Norte para o comércio internacional.
"O Departamento de Tesouro enviou funcionários a todo o mundo para pressionar os bancos estrangeiros a romper suas relações financeiras com a Coreia do Norte", afirmou Elich.
Praticamente o mesmo ocorreu no caso de outros acordos com Pyongyang e esta é uma tendência da Casa Branca em relação à Coreia do Norte, sublinhou o especialista. Para ele, agora tudo depende da atitude da Administração Trump.
"Ao longo do último ano, a Coreia do Norte mostrou que não é apenas um Estado nuclear, mas também que tem capacidade para atacar os EUA", comentou Hong ao RT. Para ele, isso deu a possibilidade de dialogar com os EUA, que historicamente mantiveram uma linha dura em relação a Pyongyang e se mostraram a favor de uma mudança de regime "desde meados do século XX até hoje".