O projeto atende a mais de 3 mil crianças e adolescentes da comunidade, onde nasceu e se criou Marielle Franco, a vereadora e defensora dos direitos humanos assassinada há 2 semanas. Marielle foi homenageada durante a estreia do documentário na última segunda-feira (26) com um emocionante concerto da orquestra.
O diretor do filme "ContraMaré", Daniel Marenco, conversou com a Sputnik Brasil sobre a experiência de realizar a obra, retratando o dia-a-dia da orquestra.
"A gente se encontrou na rotina de bastidores de ensaios, apresentações. Acho que o forte do documentário é isso, muitas pessoas conhecem a orquestra, sabem que eles foram tocar pro Papa, sabem que eles se apresentaram no [Theatro] Municipal, mas pouca gente sabe o que se passa na cabeça desses meninos, que vivem em um ambiente que são atingidos pela violência, o que passa na cabeça desses meninos quando eles são levados para tocar no Municipal, são levados pra Roma pra tocar no Vaticano pro Papa?", destaca o autor do filme.
De acordo como Marenco, o documentário é bonito porque "dá voz" pra esses jovens e, principalmente, porque mostra "como eles conseguem vencer e viram exemplo de que isso é possível".
Ao comentar a vida cultural que existe nas favelas, apesar de tanta ênfase na violência, o diretor é categórico ao destacar a força da arte na comunidade:
"A favela é uma potência, nesse sentido. Quem pensa o contrário está totalmente enganado, talvez por desconhecimento ou por preconceito. A favela é uma potência de produção de talento", afirma o documentarista.
Daniel Marenco aproveitou a conversa para divulgar uma nova oportunidade que o projeto pode ganhar através do canal da Orquestra Maré do Amanhã no YouTube. De acordo com ele, se a página tiver 10 mil pessoas inscritas, os jovens da Maré terão a oportunidade de gravar um CD deles.