Na guerra civil da Síria, será que apenas Israel tem algo a perder?

© AP Photo / Ariel SchalitSoldados israelenses monitoram a fronteira Israel–Síria (foto de arquivo)
Soldados israelenses monitoram a fronteira Israel–Síria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O vencedor da guerra civil na Síria ainda é desconhecido, mas de toda a maneira Israel sairá perdendo, segundo artigo publicado no site The Atlantic.

A Síria é o aliado mais importante do Irã entre os países árabes, ditando as regras para Teerã ter acesso à fronteira ao norte de Israel, facilitando a circulação de armas para o Hezbollah, o que, do ponto de vista do ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, representa que a prioridade síria é o conflito com Israel, conforme citado em artigo de no site The Atlantic.

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Israel parece não querer largar a guerra na Síria, pois ela configura uma série de objetivos a fim de proteger seus interesses, permite lançar uma campanha aérea para prevenir que o Irã estabeleça bases militares permanentes na Síria ou transfira mísseis avançados para o Hezbollah. Além disso, Israel financiou e armou grupos rebeldes sírios no sul para manter o Irã mais distante da fronteira. Essa estratégia tem evitado um derramamento de sangue na Síria, mas não está ajudando na prevenção de um cenário pior para Israel do que seria para Damasco, pois Assad está consolidando o controle na Síria com o apoio do Irã. Já as forças revolucionárias islamitas e o Hezbollah estão se expandindo na Síria, além de ampliarem suas redes militares e possuírem mísseis de longo alcance, capazes de atingir e destruir cidades israelenses. Vale ressaltar que o Irã e a Síria assinaram um acordo para uma cooperação militar no futuro.

Israel segue com suas investidas e já lançou mais de 100 ataques aéreos contra as forças do Hezbollah desde o início da guerra como tentativa para conter qualquer ameaça. Além disso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, investiu em uma parceria com a Rússia que, consequentemente, absteve-se de utilizar suas defesas antiaéreas para abater os caças israelenses que entraram no espaço aéreo sírio na tentativa de atacar os iranianos ou os combatentes do Hezbollah.

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Outro dilema entre a Síria e Israel está relacionado com o fato de, durante a guerra de 1967, Israel ter capturado uma área estrategicamente importante, as Colinas de Golã, que foram anexadas em 1981 e hoje estão em grande parte ocupadas por Israel. Israel considera as Colinas de Golã como território seu e, inclusive, pressiona os EUA para reconhecerem a anexação do território, contudo, tanto a ONU quanto a Síria consideram ilegal a ocupação israelense.

Israel ainda teme uma investida de Assad e uma parceria entre o Irã e o Hezbollah para um possível ataque contra Israel para retomar a região de Golã. Para Lieberman, a Síria não deve ser um posto avançado iraniano contra Israel e muito menos um território para circulação de armas destinadas às forças do Hezbollah.

Segundo um ex-oficial do Exército americano, "o objetivo é cercar Israel com esses aliados, o que poderia ocasionar uma série de conflitos abertos de baixo nível, tornando a vida aí insuportável".

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