Nos últimos anos, o número de transtornos de ansiedade e de depressões clínicas tem aumentado entre os estudantes. Segundo os especialistas, isso está relacionado ao aumento da competitividade (em várias esferas da vida) e às exigências feitas às crianças e aos jovens de hoje.
Um dos fatores mais discutidos é o perfeccionismo, que pode ser definido como desejo excessivo pela perfeição. Este fator, junto com a inveja, a competitividade e a depressão, foi eleito indicador-chave na pesquisa da UEPPM.
"Entre os participantes da pesquisa, os maiores indicadores de depressão foram estabelecidos no grupo de 'perfeccionistas expressos'. Ou seja, esta característica é prévia aos sintomas de instabilidade emocional da juventude", comenta a professora do Departamento de Matemática Aplicada da Faculdade de Tecnologias Informáticas da UEPPM, Marina Sorokova.
A teoria moderna da inveja diz que há duas vias para lidar com a dor provocada pela comparação social: a construtiva e a destrutiva.
A primeira sugere a conscientização da inveja e a prontidão de desenvolver os recursos próprios; já a segunda se foca na imperfeição e na ativação de manobras defensivas (seja lisonja ou hostilidade).
"Os nossos dados mostram que os estudantes que padecem de perfeccionismo expresso aderem à segunda via. Eles, geralmente, não fazem comparação de suas opiniões com as opiniões de outras pessoas nem elaboram posturas competitivas positivas que favorecem um verdadeiro desenvolvimento da personalidade", dizem as coautoras da publicação, professora Natalia Garanyan do Departamento de Psicologia Clínica e Psicoterapia e a aluna da UEPPM Aleksandria Klykova.
Os dados obtidos pelos psicólogos da UEPPM confirmam o paradoxo do perfeccionismo: surgindo na busca de respeito e amor de outras pessoas, esta qualidade pode minar as relações e condenar a pessoa à solidão.