Uma das principais conclusões tiradas pelo relatório foi o nível baixo de investimentos estrangeiros na economia ucraniana, somando 1,259 bilhão de dólares (pouco mais de 5 bilhões de reais).
A terceira, e talvez a mais importante, conclusão é de que o primeiro lugar (36%) na lista dos investidores na economia ucraniana é tradicionalmente ocupado pelo "país-agressor", ou seja, pela Rússia.
"Isto não significa um crescimento dos investimentos russos na Ucrânia (este não existe), mas a queda do interesse pela última por parte dos investidores externos", observa a colunista.
Dessa maneira, as estatísticas comprovam que, apesar de todas as perturbações políticas, os laços econômicos entre os dois países estão se restaurando.
"As trocas comerciais entre as duas nações estão crescendo a ritmo recorde após a depressão provocada pelos acontecimentos do ano de 2014. Em 2017, cresceram drasticamente em mais de 24%", acrescenta Alksnis.
Outra coisa importante são as mudanças na estrutura do comércio bilateral.
"A Ucrânia pós-Maidan conseguiu o que queria e delas [trocas comerciais] desapareceu uma série de produtos que a tornavam não apenas um parceiro da Rússia importante, mas estratégico, de quem Moscou estava seriamente dependente", argumenta a jornalista se referindo à produção ucraniana das indústrias aeroespacial e de construção naval.
Os processos descritos são às vezes batizados como "mexicanização" da Ucrânia, ou seja, o fato do país se tornar um análogo do México, relativamente aos EUA, nas suas relações comerciais com a Rússia, no sentido de ser um mercado de venda grande, embora bem pobre, além da fonte de mão-de-obra.
Assim, escreve ela, hoje em dia a Ucrânia continua com "excesso de pessoas", apesar do despovoamento em massa.
"Para uma parte considerável do povo, a cooperação econômica com a Rússia é a única forma de sobrevivência física, sejam os medicamentos russos vitais e acessíveis (ao contrário dos análogos ocidentais), ou o emprego em uma fábrica de sapatos, metalúrgica ou outra indústria criticamente dependente das vendas da sua produção ao 'agressor'", diz, adiantando que muitos ainda têm familiares no território russo e que lhes enviam ajuda.