Durante o discurso, o líder ucraniano declarou que quando Kiev retomar a Crimeia, tirará a base russa da Frota do Mar Negro de Sevastopol.
"Propõe-se eliminar a norma da constituição, que permite basear a Frota do Mar Negro na Ucrânia", disse em pronunciamento.
Além disso, o presidente ucraniano afirmou que o país segue com convicção em direção à União Europeia e à OTAN e apenas se aderindo a essas estruturas, a paz e a segurança serão garantidas. Ele salientou que Kiev continuará a se integrar no espaço da UE e pediu ao parlamento para acelerar a implementação do acordo sobre associação. O ritmo da implementação do acordo, na opinião dele, é insatisfatório.
Em relação ao conflito militar no sudeste do país, Poroshenko afirmou que a coordenação dos parâmetros da manutenção da missão de paz em Donbass se tornará um progresso real na solução do conflito. E acrescentou que a missão deve ser necessariamente implantada em todo o território da Ucrânia.
"Isso permitirá criar condições para a implementação de parte dos acordos de Minsk, incluindo a retirada das tropas russas do território ocupado da Ucrânia", destacou.
O líder da Ucrânia salientou que as necessidades de defesa do país excedem as suas capacidades e que soluções "inovadoras" são necessárias nessa área.
"Nossas necessidades de defesa excedem exatamente nossas capacidades e devemos, junto com vocês, encontrar saídas originais; as forças armadas estão esperando por soluções inovadoras, soluções no setor de defesa. Exijo da liderança militar soluções assimétricas não padronizadas para quaisquer desafios e planos do inimigo", enfatizou.
"Seremos consistentemente contra às tentativas de aliviar a pressão das sanções contra a Rússia […] Tenho quase certeza que não permitiremos a retirada [das sanções], mas saibam, que há um risco de mitigação", disse o presidente ucraniano em seu discurso.
Além disso, ele afirmou que o fato da Rússia "tentar persistentemente retirar as sanções", indica que elas são eficazes.
As relações entre Rússia e Ucrânia se deterioraram depois da reunificação da Crimeia à Rússia em março de 2014 e início do conflito em Donbass, em abril do ano passado. Ademais, Kiev acusou Moscou no envolvimento dos assuntos internos do país. Moscou tem afirmado repetidamente que não faz parte do conflito interno ucraniano e tem interesse que a Ucrânia supere a crise política e econômica.