Na ONU, Maduro acusa EUA de perseguição, mas se diz aberto ao diálogo

© REUTERS / Eduardo MunozNicolás Maduro, presidente da Venezuela, durante seu discurso na 73ª Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro de 2018.
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, durante seu discurso na 73ª Assembleia Geral da ONU, em 26 de setembro de 2018. - Sputnik Brasil
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Durante seu discurso na 73ª Assembleia Geral da ONU o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou os EUA, mas afirmou que está disposto a encontrar-se com Donald Trump.

"Nosso país está acossado, agredido. Ontem, neste mesmo lugar, o presidente dos Estados Unidos da América falou mais uma vez contra o nosso nobre povo da Venezuela, defendeu […] a doutrina Monroe [América para os americanos]", afirmou Maduro.

O líder venezuelano afirmou que seu país foi impedido do uso do dólar como moeda de intercâmbio comercial e também para financiamento.

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"Hoje a Venezuela está submetida a sanções ilegais", acrescentou.

Além disso, Maduro afirmou que foi construído a nível mundial uma campanha contra a Venezuela sustentando uma falsa crise humanitária previamente justificando uma possível intervenção militar. Maduro apontou que seu país foi submetido a uma guerra midiática e política sem precedentes.

Ele ainda disse que o país tem sido alvo dessas medidas por ter adotado um modelo econômico e social diferente do que é promovido pelos Estados Unidos e também pelos recursos naturais que o país possui, como petróleo, ouro e gás.

Disposição para o diálogo com os EUA

Apesar da tensão entre as duas nações, o presidente venezuelano afirmou que está disposto a conversar com Donald Trump acerca das temáticas desejadas pelo presidente dos EUA.

"Estou disposto a falar com agenda aberta com o governo dos Estados Unidos sobre todos os temas que queiram, falar com humildade e franqueza, sinceridade. A Venezuela defende, como presidente do Movimento dos Países não Alinhados a bandeira do diálogo entre as civilizações", afirmou.

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O chefe de Estado sinalizou que seu país pratica de maneira permanente o diálogo político internacional e a solução dos conflitos através do uso pacífico da política e não da força.

Ele ainda aproveitou o discurso para destacar conquistas da Venezuela na última reunião da OPEP, realizada na Argélia este mês.

Ele afirmou que os resultados para seu país foram extraordinários e que estes serão de grande ajuda na manutenção da estabilização do mercado de petróleo.

Atentado contra Maduro

O presidente venezuelano pediu que a ONU envie um delegado especial a seu país para investigar o atentado contra sua vida, que ocorreu em 4 de agosto. O presidente foi atacada com explosivos carregados por drones enquanto discursava em uma parada militar.

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"Quero pedir que seja nomeado um delegado especial da Secretaria Geral das Nações Unidas que conduza uma investigação independente e de caráter internacional sobre as implicações dos responsáveis sobre o ataque terrorista de que fui vítima em nosso país", pediu Maduro.

Ele ainda acrescentou durante seu discurso que o sistema judicial da Venezuela está aberto para processar os responsáveis que forem apontados, classificando o atentado como o mais grave da história política venezuelana.

Fim do bloqueio contra Cuba

Maduro ainda afirmou a necessidade do fim do bloqueio econômico dos EUA contra o povo cubano.

"Nós apoiamos o chamado das Nações Unidas para que se acabe com o bloqueio infame, criminoso de 50 anos contra o povo de Cuba. Já basta dos métodos anacrônicos", disse Maduro, acrescentando que o mesmo que foi feito contra Cuba está agora sendo feito contra a Venezuela.

"Agora exigindo que acabem as práticas imperiais, as práticas de coerção contra o povo, hoje podemos dizer que passamos por 20 anos de revolução e os últimos três anos têm sido os mais duros", apontou.

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