"O assassinato de Soleimani não é um evento israelense, mas um evento americano. Não estivemos envolvidos e não devemos ser arrastados para isso", declarou Netanyahu ao gabinete de segurança durante reunião na segunda-feira (6), segundo relatórios do site Axios.
Para não causar a impressão de que Tel Aviv tenha desempenhado algum papel na morte do major-general iraniano, Netanyahu aconselhou os ministros a evitarem falar aos veículos de comunicação sobre o assassinato e sobre apoiar o direito dos EUA de se defenderem.
De acordo com a inteligência militar e os diretores do serviço secreto do Estado de Israel, Mossad, a probabilidade de um ataque de retaliação é baixa, já que "Israel ficou à distância do incidente". A inteligência israelense acredita que Irã iniciará a planejar uma resposta recíproca nesta terça-feira (7), após a conclusão do período de luto nacional por Soleimani.
Anteriormente, o primeiro-ministro israelense parabenizou o presidente norte-americano Donald Trump por ter ordenado o ataque que matou Soleimani. Para Netanyahu, o ataque de Washington, em que o alto comandante iraniano foi assassinado, é ato legítimo de autodefesa, uma vez que o comandante iraniano planejaria ataques contra as forças dos EUA.
Manifestações de vingança
O assassinato de um comandante militar muito popular no Irã provocou sérias manifestações de vingança, não só em Teerã, mas também entre o Hezbollah - a milícia xiita libanesa que se gaba de ter lutado contra Israel em 2006.
No dia 3 de janeiro, os EUA realizaram um ataque aéreo ao aeroporto internacional nos subúrbios de Bagdá em que mataram o major-general iraniano Qassem Soleimani e outras 11 pessoas.
A Casa Branca justificou o assassinato como medida preventiva, alegando que Soleimani estava por trás do cerco à embaixada dos EUA no Iraque no dia 31 de dezembro de 2019. Irã jurou vingança pelo que considera ato de terrorismo.