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Bolsonaro diz que 'não engoliu' veto de Moraes ao seu indicado para PF

© REUTERS / Ueslei Marcelino Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, em Brasília, 20 de abril de 2020
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, em Brasília, 20 de abril de 2020 - Sputnik Brasil
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Jair Bolsonaro criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes e falou em crise institucional.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (30) que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, suspendendo a nomeação do delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal (PF), foi "política" e "quase" criou uma crise institucional.

"Tirar numa canetada, desautorizar o presidente da República dizendo em impessoalidade. Ontem quase tivemos uma crise institucional, quase, faltou pouco. Eu apelo a todos que respeitem a Constituição", disse Bolsonaro, citado pela Agência Brasil, ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira.

O chefe de Estado acrescentou que sua assessoria vai procurar a equipe de gabinete de Moraes.

"Eu não engoli ainda essa decisão do senhor Alexandre de Moraes, não engoli. Não é essa forma de tratar o chefe do Executivo", declarou.

O presidente espera que o ministro do STF se pronuncie sobre a permanência de Ramagem no cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

"O senhor vai retirar o Ramagem da Abin, que é tão importante quanto o diretor-geral da PF? Se não pode ter a confiança para trabalhar na PF também não pode trabalhar na Abin. É questão de coerência", disse Bolsonaro.

"Queremos o respeito de dupla mão entre os poderes. Então o senhor Alexandre de Moraes tem que decidir imediatamente se o senhor Ramagem pode ou não continuar à frente da Abin", concluiu.

Bolsonaro também afirmou não considerar impeditivo o fato de Ramagem ter atuado na segurança pessoal dele, após a vitória no segundo turno das eleições e de manter uma relação de amizade com a sua família.

"A amizade não está prevista como cláusula impeditiva para alguém tomar posse [...] E é uma pessoa competente, segundo a própria PF, e daí a relação de amizade. A minha segurança pessoal só não dormia comigo. E por que eu não posso prestigiar uma pessoa que eu conheci com essa profundidade? É a relação de confiança", afirmou o presidente.

Na quarta-feira (29), o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o decreto de nomeação e a posse do delegado Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da Polícia Federal (PF). O ministro fundamentou sua decisão em declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acusou Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF.

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