O governo federal alterou novamente a data em que teria sido notificado sobre o colapso de saúde em Manaus. Um documento oficial entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi corrigido e agora diz que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, só foi avisado sobre a urgência no dia 17 de janeiro, após a crise começar, conforme divulgou o portal G1.
Inicialmente, o texto relatava que o ministro tomou conhecimento do problema no dia 8 de janeiro, através de um e-mail da White Martins, empresa responsável pelo abastecimento de oxigênio nos hospitais da cidade. Em uma entrevista, no dia 18 de janeiro, o próprio ministro confirmou a data.
No último fim de semana, tornou-se público um depoimento de Pazuello à Polícia Federal no inquérito que investiga se o ministro foi omisso na crise do Amazonas. E no depoimento, Pazuello já havia apresentado uma nova data em que teria tomado conhecimento do colapso: 10 de janeiro.
Ele disse ainda que o Ministério da Saúde não recebeu oficialmente o e-mail mencionado e que nunca teve contatos informais com a empresa.
Porém, em novo ofício assinado pelo secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, e enviado ao STF no domingo (28), o Ministério da Saúde confirma que o e-mail da White Martins chegou à pasta, mas no dia 17 de janeiro.
A falta de oxigênio em Manaus matou 31 pessoas nos dias 14 e 15 de janeiro. Familiares de pacientes internados precisaram procurar e comprar respiradores por conta própria. Aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) levaram alguns equipamentos à cidade.
Muitos pacientes tiveram que ser transferidos pelo governo do Amazonas para outras unidades da federação.