Encalhado, o MV Ever Given, que tem cerca de 400 metros de comprimento – quase tão alto quanto o Empire State – bloqueia o trânsito em ambas as direções no Canal de Suez. O canal é um dos mais movimentados do mundo e permite um fundamental atalho no comércio entre Europa, Ásia e África.
A Autoridade do Canal de Suez (SCA) disse que oito rebocadores trabalham para remover o navio, que ficou preso na manhã de terça-feira (23) em meio a ventos fortes e uma tempestade de areia.
"Não podemos excluir que pode levar semanas, dependendo da situação", disse Peter Berdowski, CEO da empresa holandesa Boskalis, que está tentando libertar o navio, ao programa de televisão holandês Nieuwsuur.
De acordo com a Reuters, um total de 156 grandes navios cargueiros, transportando grãos ou petróleo e gás, estão parados em cada extremidade do canal, criando um dos maiores engarrafamentos vistos em anos.
Berdowski disse que a proa e a popa do navio foram erguidas em ambos os lados do canal.
"É como uma enorme baleia encalhada. É um peso enorme na areia. Podemos ter que trabalhar com uma combinação de redução do peso removendo contêineres, óleo e água do navio, rebocadores e dragagem de areia", disse o CEO da Boskalis.
Uma nova tentativa de remover o navio acontecerá ainda nesta quinta-feira (25). Aproximadamente 30% do volume mundial de cargueiros transita pelos 193 quilômetros do Canal de Suez diariamente. Além disso, cerca de 12% do comércio global total de todas as mercadorias acontecem pelo canal.
Especialistas em transporte marítimo dizem que, se o bloqueio não for eliminado nos próximos dias, alguns navios poderão redirecionar a rota para contornar o Cabo da Boa Esperança e circundar a África, o que aumentaria o trajeto em cerca de uma semana.
"Todos os portos da Europa Ocidental vão sentir isso", disse Leon Willems, porta-voz do porto de Rotterdam, o maior da Europa. "Esperamos, tanto para as empresas quanto para os consumidores, que isso seja resolvido em breve".