O jornal Politico obteve acesso a um relatório confidencial sobre a Cooperação Estruturada Permanente em Defesa e Segurança (PESC, na sigla em inglês), programa lançado em 2017 se não como alternativa, pelo menos como um implorante complemento à OTAN.
Na época, um de seus lobistas, Jean-Claude Juncker, que liderava a Comissão Europeia, afirmou que havia chegado o "momento de despertar a bela adormecida". No entanto, "desde então, ela mal se moveu", admite o Politico.
De acordo com o relatório enviado pela Secretaria da PESC a 25 países participantes, quase metade dos projetos ainda permanece em estado embrionário.
Em teoria, a PESC engloba todas as áreas, terrestre, marítima, aérea, espacial e ciberespacial, e inclui 46 projetos diversos, desde a proteção de drones até o treinamento de serviços de inteligência. No entanto, 21 projetos estão estancados na etapa inicial.
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No caso de outros 17 projetos, depois de três anos e meio, "ainda não foi determinado o escopo de trabalho". Alguns foram adiados por vários anos. E apenas oito alcançaram a penúltima etapa, mas nenhum passou para a fase final.
Em seis casos, a pandemia foi citada como a causa do fracasso ou atraso. Para duas dezenas de missões, os Estados não têm dinheiro.
O motivo do fracasso dos demais não foi explicado no relatório. Por exemplo, a Alemanha é responsável por estabelecer um sistema de resposta às crises para situações de emergência.
"Ironicamente, nem sequer designou o ano de conclusão do programa, projetado para fornecer uma maior planificação móvel", escreve o Politico, ressaltando que o mesmo ocorre com a tarefa da França de coordenar as comunicações entre as bases de diferentes países da UE.
Três anos e meio depois, metade dos projetos de defesa da UE mal começou.
As conversas sobre a política comum de defesa europeia foram intensificadas com a chegada de Donald Trump à Casa Branca.
"Os partidários de ampliar a cooperação militar dentro da UE argumentaram que a Europa não pode depender sempre dos EUA ou da OTAN", observa a mídia.
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No entanto, o assunto não foi levado adiante mesmo depois da saída do Reino Unido da UE. O país era o mais cético sobre a ideia de uma aliança militar europeia. Londres negou apoio à PESC desde o início, o mesmo acontecendo com a Dinamarca e Malta.
Por sua vez, a administração Biden está satisfeita com a atual situação. Neste ano, Washington inclusive, se juntou à iniciativa de transporte militar transfronteiriço da PESC (liderada pelos Países Baixos).
Os norte-americanos estão tratando de apresentar o assunto como se a PESC não pudesse competir com a OTAN de maneira alguma.
Enquanto isso, o porta-voz da Comissão Europeia para a Política Exterior , Peter Stano, afirmou que "dado que os referidos documentos são confidenciais e, inclusive classificados, não podem ser comentados publicamente".