Mídia: Alemanha bloqueia participação da China em 2 fabricantes de chips por questões de segurança
© AP Photo / Kay NietfeldO presidente chinês Xi Jinping e o chanceler alemão Olaf Scholz participam de uma reunião no Grande Salão do Povo, 4 de novembro de 2022, em Pequim
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A decisão alemã vem em um momento de maior sensibilidade em torno das relações entre Berlim e Pequim e que transcendem a área da tecnologia e de chips, passando pela política externa e comércio bilateral.
Nesta quarta-feira (9), o governo alemão decidiu bloquear potenciais investimentos chineses em dois produtores domésticos de semicondutores depois que as medidas levantaram preocupações de segurança nacional, relataram fontes à Reuters.
Anteriormente, o Ministério da Economia da Alemanha havia recomendado que o governo bloqueasse a aquisição chinesa da fábrica de chips da Elmos. Hoje (9), o governo também decidiu bloquear uma aquisição chinesa da ERS Electronic, que tem sede no estado da Baviera, no sul do país.
"O gabinete decidiu sobre as duas proibições sob a Lei de Comércio Exterior", disse uma das fontes á mídia.
No final de outubro, o país germânico decidiu fechar um acordo com uma gigante chinesa de transporte marítimo que pretendia ter participação em um dos terminais do porto de Hamburgo. Apesar do negócio ter avançado, a porcentagem da participação chinesa foi reduzida justamente pelo medo alemão de uma maior presença da China em seu território, conforme noticiado.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, impulsionou a decisão de permitir que a China comprasse a participação minoritária no porto, apesar da oposição de sua coalizão. Tal decisão provocou uma resposta irada do Ministério das Relações Exteriores, que alertou que o investimento expandiu desproporcionalmente a influência estratégica do gigante asiático. A China já havia descartado tais preocupações, escreve a Reuters.
Na semana passada, Scholz foi a Pequim encontrar com o líder chinês, Xi Jinping, em uma viagem que também levantou preocupações entre membros do governo uma vez que Berlim se viu muito dependente da energia russa e não quer "repetir" tais passos com a China.