Explosivo guiado
A arma, que tem o índice oficial de 9-A-7759 e faz parte dos projetos tipo Grom, foi desenhado para realizar ataques aéreos pontuais a instalações industriais, aeródromos e silos de mísseis por caças multifuncionais e bombardeiros táticos.
O voo da bomba é guiado por um sistema inercial de guiamento imune a interferências, utilizando inclusive sinais de GLONASS e GPS. Segundo os desenvolvedores, a margem de erro não supera 11 metros.
Uma das particularidades da Grom é a capacidade de atacar alvos terrestres que se situam atrás do avião lançador.
A modificação mais leve da bomba pesa 488 quilos, a mais pesada — 598. Dependendo do peso, Grom pode se afastar desde 65 até 120 quilômetros. Nisso ela é ajudada pelas asas extensíveis que se abrem durante o voo.
Instrumento de ataque universal
A nova bomba é uma arma muito aguardada e armas parecidas estão agora sendo desenvolvidas pela China, aponta o analista militar russo, Viktor Murakhovsky.
Segundo ele, a bomba é um instrumento "cirúrgico" universal para realizar operação aéreas sem entrar na zona da defesa antiaérea do inimigo, enquanto a precisão do projétil não depende da experiência dos pilotos, sendo controlada totalmente pelo sistema de navegação via satélite.
Durante testes, bombardeiro Su-34 e caça MiG-35 fizeram mais de 30 voos com o novo projétil, realizando vários tipos de lançamento. A bomba foi testada com sucesso em diversas condições climáticas, superando tais obstáculos como poeira, areia e precipitações, interferências eletromagnéticas e outras.
Mais eficiente e mais barata
Apesar de uma série de mudanças inovadoras, os engenheiros russos não são os primeiros a desenvolver bombas planadoras. O análogo norte-americano da Grom, a bomba aérea GBU-39, foi incorporada na Força Aérea dos EUA ainda em 2006.
Contudo, o projétil fabricado pela Rússia tem certas vantagens, a principal é sua potente carga explosiva: Grom ataca seu alvo com 300 quilos de explosivo, enquanto a GBU-39 apenas com 100 quilos. O alcance é comparável em ambos os casos.
"A nova munição ocupará o lugar intermediário entre os mísseis de cruzeiro e as bombas aéreas […] A produção da nova munição é mais barata que a dos mísseis de cruzeiro, mas um pouco mais cara que a das bombas aéreas comuns", comentou à Sputnik o especialista militar Aleksei Leonkov.
Com a nova bomba a Força Aeroespacial russa poderá cumprir ainda mais tarefas para eliminar as instalações mais importantes do inimigo, acrescentou Leonkov.
Os testes da Grom deverão estar terminados em setembro. Em seguida, a Força Aerospacial decidirá quando incorporar a nova munição.