'Trovão' inteligente: saiba de que é capaz nova bomba aérea russa (FOTOS)

Os engenheiros militares russos desenvolveram uma bomba aérea guiada, praticamente invulnerável para os sistemas de defesa aérea inimigos. O projétil, denominado Grom (Trovão, em português), está passando por testes e em breve será incorporado na Força Aeroespacial russa. A Sputnik conta do que é capaz a novíssima bomba.
Sputnik

Explosivo guiado

A arma, que tem o índice oficial de 9-A-7759 e faz parte dos projetos tipo Grom, foi desenhado para realizar ataques aéreos pontuais a instalações industriais, aeródromos e silos de mísseis por caças multifuncionais e bombardeiros táticos.

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A bomba é apresentada em três versões: de fragmentação, termobárica e incendiária. O projétil tem um motor especial que se ativa quando este se separa do avião, o que lhe proporciona velocidade adicional.

O voo da bomba é guiado por um sistema inercial de guiamento imune a interferências, utilizando inclusive sinais de GLONASS e GPS. Segundo os desenvolvedores, a margem de erro não supera 11 metros.
Uma das particularidades da Grom é a capacidade de atacar alvos terrestres que se situam atrás do avião lançador.

A modificação mais leve da bomba pesa 488 quilos, a mais pesada — 598. Dependendo do peso, Grom pode se afastar desde 65 até 120 quilômetros. Nisso ela é ajudada pelas asas extensíveis que se abrem durante o voo.

Instrumento de ataque universal

A nova bomba é uma arma muito aguardada e armas parecidas estão agora sendo desenvolvidas pela China, aponta o analista militar russo, Viktor Murakhovsky.

Trajetória típica da bomba 9-A-7759 ao ser lançada para retaguarda

Segundo ele, a bomba é um instrumento "cirúrgico" universal para realizar operação aéreas sem entrar na zona da defesa antiaérea do inimigo, enquanto a precisão do projétil não depende da experiência dos pilotos, sendo controlada totalmente pelo sistema de navegação via satélite.

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Quase todos os caças multifuncionais e bombardeiros táticos da Força Aeroespacial russa podem transportar a Grom, entre eles o Su-30SM, Su-35S, Su-34, os leves MiG-35SMT, MiG-29 e até os Su-33 embarcados, baseados no cruzador Admiral Kuznetsov, assim como o bombardeiro Su-24, que são os principais aviões de bombardeamento tático. Segundo a previsão do analista, a bomba inteligente da última modificação deverá ser demonstrada ao público já neste agosto, no fórum EXÉRCITO-2018.

Durante testes, bombardeiro Su-34 e caça MiG-35 fizeram mais de 30 voos com o novo projétil, realizando vários tipos de lançamento. A bomba foi testada com sucesso em diversas condições climáticas, superando tais obstáculos como poeira, areia e precipitações, interferências eletromagnéticas e outras.

Mais eficiente e mais barata

Apesar de uma série de mudanças inovadoras, os engenheiros russos não são os primeiros a desenvolver bombas planadoras. O análogo norte-americano da Grom, a bomba aérea GBU-39, foi incorporada na Força Aérea dos EUA ainda em 2006.

Bombas de alta precisão 9-A-7759 sendo instaladas em um Su-34

Contudo, o projétil fabricado pela Rússia tem certas vantagens, a principal é sua potente carga explosiva: Grom ataca seu alvo com 300 quilos de explosivo, enquanto a GBU-39 apenas com 100 quilos. O alcance é comparável em ambos os casos.

"A nova munição ocupará o lugar intermediário entre os mísseis de cruzeiro e as bombas aéreas […] A produção da nova munição é mais barata que a dos mísseis de cruzeiro, mas um pouco mais cara que a das bombas aéreas comuns", comentou à Sputnik o especialista militar Aleksei Leonkov.

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Para melhorar a precisão das bombas, os EUA, por sua vez, utilizam módulos de orientação JDAM (Joint Direct Attack Munition) que as transformam em munições inteligentes. Porém, equipar uma bomba aérea com um tal kit custa cerca de $ 30 mil (R$ 112,9 mil), aumentando de modo significativo o preço da arma.

Com a nova bomba a Força Aeroespacial russa poderá cumprir ainda mais tarefas para eliminar as instalações mais importantes do inimigo, acrescentou Leonkov.

Os testes da Grom deverão estar terminados em setembro. Em seguida, a Força Aerospacial decidirá quando incorporar a nova munição.

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