Os investimentos chineses na dívida pública dos EUA caíram de 1,15 trilhões (R$ 4,50 trilhões) para 1,14 trilhão de dólares (R$ 3,46 trilhões) em relação ao mês anterior, marcando o menor nível desde maio de 2017. A segunda maior economia do mundo reduziu suas participações pelo quinto mês consecutivo.
O Japão parece ter seguido o exemplo da China. O segundo maior detentor de títulos emitidos pelos EUA cortou sua participação em valores de dívida pública dos EUA de 1,03 trilhão de dólares (R$ 4,03 trilhões) para 1,02 trilhão (R$ 3,99 trilhões), marcando o terceiro mês consecutivo de redução.
Depois de acusar Pequim de comércio desleal e de roubar tecnologias norte-americanas, Washington introduziu tarifas de importação no valor de 253 bilhões de dólares (R$ 990 bilhões) contra os produtos chineses e ameaçou Pequim com taxas adicionais de bilhões de dólares. Em resposta, Pequim impôs tarifas de 110 bilhões sobre os produtos norte-americanos importados, prejudicando principalmente os produtores agrícolas dos EUA.
Na semana passada, o Ministério das Finanças da China prometeu abolir as tarifas de 25% sobre 116 itens de veículos e autopeças, bem como as tarifas de 5% sobre outros itens relacionados a automóveis desde 1 de janeiro até o fim de março de 2019. Essa medida é parte de um período de trégua de 90 dias na guerra comercial, alcançada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, durante sua reunião do G20 no início de dezembro.
"O Japão está reduzindo suas reservas de títulos do Tesouro porque, com a cobertura de riscos cambiais, as reservas em dólares não são muito atraentes para o país do ponto de vista do rendimento", disse analista Gennadiy Goldberg à Reuters.
Anteriormente, a Rússia vendeu cerca de 85% dos títulos do Tesouro dos EUA que possuía e aumentou suas reservas de ouro para um nível recorde. Em abril e maio deste ano, Moscou diminuiu os ativos em títulos estadunidenses de 96 bilhões de dólares (R$ 369,7 bilhões) para 15 bilhões de dólares (R$ 56,2 bilhões). A lista dos 33 maiores detentores de dívida pública publicada pelo Departamento do Tesouro dos EUA já não inclui a Rússia.