Pela primeira vez na história, biólogos norte-americanos conseguiram medir a frequência cardíaca de uma baleia azul, ao conectar um sensor no corpo de uma delas, segundo revela o estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
A baleia azul é o maior animal na Terra. Seu coração pode pesar ao redor de uma tonelada.
Os especialistas acreditavam que seu coração batesse de 5 a 20 vezes por minuto. Até agora foi impossível determinar precisamente, porém, uma equipe da Universidade de Stanford declarou ter conseguido a façanha.
Foi necessário se aproximar de uma baleia na Baía de Monterey, na Califórnia, e colocar o sensor com quatro ventosas junto a sua barbatana esquerda.
Ao longo de um dia, o sensor registrou a frequência cardíaca do cetáceo. Assim que o dispositivo eletrônico se separou do animal, os biólogos o recuperaram para estudar os dados registrados pelo aparelho.
A análise sugere que o coração de uma baleia azul trabalha em seu limite biológico, o que explica porque essa espécie nunca evoluiu para tornar-se ainda maior. Os dados obtidos revelam, no entanto, que esse órgão pode funcionar de diferentes formas.
Quando o animal marinho mergulha, sua frequência cardíaca se reduz a quatro ou oito batimentos por minuto, chegando às vezes a um mínimo de duas batidas por minuto. Quando consome alimentos em grande profundidade, a frequência cardíaca aumenta, mas em seguida volta a diminuir. Somente aumenta de maneira constante quando estes enormes mamíferos emergem à superfície para restaurar o nível de oxigênio no corpo. Nesta posição, seu pulso alcança de 25 a 37 batidas por minuto.
Os cientistas acreditam que este é o máximo absoluto para um animal de tal massa, e que durante o período de recuperação o coração da baleia funciona no limite de suas possibilidades fisiológicas.
"Os animais que vivem em extremos fisiológicos podem ajudar-nos a compreender os limites biológicos do tamanho", explica Jeremy Goldbogen, professor de biologia na Faculdade de Ciências Humanas de Stanford e líder da investigação, citado pelo portal Science Daily.