Autoridades dos Estados Unidos rapidamente demonstraram como admiram a coragem dos manifestantes iranianos, que saíram às ruas em protesto pela responsabilidade do governo iraniano na derrubada do avião ucraniano.
No dia 8 de janeiro, um avião comercial ucraniano foi confundido com uma aeronave inimiga e derrubado por forças de defesa antiaérea do Irã. No entanto, somente dias depois Teerã admitiu a culpa pelo incidente, gerando ira entre sua população.
O presidente norte-americano, Donald Trump, passou os últimos dias elogiando os manifestantes iranianos e ameaçando Teerã, tanto em inglês como em persa. Neste domingo, Trump instou Teerã a "interromper o assassinato do grande povo iraniano". Não existem relatos de mortes durante os protestos, ainda que a polícia tenha usado gás lacrimogênio e jatos de água contra a multidão em diversos momentos.
Para os líderes do Irã – não matem seus manifestantes. Milhares já foram mortos ou presos por vocês, e o mundo está vendo. Mais importante, os Estados Unidos estão vendo. Ativem de novo a Internet e deixem os repórteres andarem livremente. Parem de matar seu grande povo iraniano.
Anteriormente, o presidente norte-americano relembrou aos iranianos que ele – que alguns dias atrás ameaçou aniquilar 52 alvos em território iraniano caso eclodisse um conflito com o Irã, incluindo tesouros culturais – alegadamente esteve com eles desde que tomou posse como presidente.
Outros membros do governo norte-americano expressaram apoio aos manifestantes, como o embaixador norte-americano no Reino Unido, Woody Johnson, que também utilizou o Twitter para demonstrar sua indignação neste domingo (12).
O povo iraniano que está tomando as ruas para protestar contra seus líderes opressores é incrivelmente bravo. Os Estados Unidos estão ao lado deles ao passo que pedem pela remoção do regime cruel de Khamenei.
Enquanto isso, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, comentou a verdadeira forma que Washington enxerga as recentes manifestações. "Você pode ver que o povo iraniano está se impondo para fazer valer seus direitos, suas aspirações por um governo melhor – um regime diferente", afirmou em entrevista para a rede CBS.
Aparentemente, as razões por trás desse recente interesse não são tão humanitárias quanto demonstradas pelas autoridades norte-americanas. Durante os últimos protestos no Irã, incitados pelo aumento do preço da gasolina, Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, pediu que enviassem a ele vídeos da repressão policial – para justificar novas sanções.