A China vai deixar de ser considerada país manipulador de divisas por Washington, anunciou o Departamento do Tesouro dos EUA na segunda-feira (13).
Estes passos vêm dias antes da provável assinatura na quarta-feira (15) em Pequim da primeira fase do acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo, o que "requer reformas estruturais e outras mudanças no regime econômico e comercial da China em várias áreas-chave, incluindo o câmbio e a moeda estrangeira", segundo indica o relatório publicado pelo Departamento do Tesouro norte-americano.
A organização justificou sua decisão com o fato de que a China se comprometeu a publicar informações relevantes relacionadas com as taxas de câmbio e a balança comercial, e a se abster de desvalorizar sua moeda.
No último mês, a China e os EUA acordaram um pacto comercial parcial em um valor de até US$ 200 bilhões (R$ 829,6 bilhões), que deverá quase duplicar as importações de produtos norte-americanos por Pequim nos próximos dois anos, incluindo US$ 80 bilhões (R$ 331,8 bilhões) em produtos agrícolas.
Os EUA haviam incluído a China, em agosto de 2019, em sua lista de países manipuladores de sua divisa, a primeira vez que tal aconteceu desde 1994, segundo relata o jornal The Guardian.
Relações sino-americanas
China e os EUA estão envolvidos em disputas comerciais que duram desde janeiro de 2018, quando o presidente norte-americano aplicou tarifas a painéis solares e outros equipamentos chineses, disputas que passaram a ser chamadas de guerra comercial em maio desse ano.
A aplicação de tarifas mútuas tem afetado negativamente o funcionamento da economia mundial.
Donald Trump têm argumentado durante sua presidência que a desvalorização do yuan pela China tem lhe permitido realizar "um dos maiores roubos na história mundial", apropriando-se do comércio internacional.
A China, por sua vez, diz que os EUA estão "tentando destruir a ordem internacional" e minando a estabilidade mundial.