DNA de esqueletos de 8.000 anos revela 'linhagem fantasma' na antiga África

Os restos de quatro crianças enterrados há muitos milhares de anos foram encontrados em um abrigo de pedras nos Camarões e forneceram DNA suficiente para revelar a diversidade genética da humanidade.
Sputnik

Esse é o primeiro DNA antigo de seres humanos na região, retirado de ossadas infantis, que possivelmente faziam parte dos grupos conhecidos como pigmeus Baka e Aka, que vivem a 500 quilômetros nas florestas tropicais da África Central e Ocidental.

Essas amostras fornecem pistas de fundamental importância para a história do continente, pois se considerava que a África Central seria demasiado quente e úmida para o DNA antigo sobreviver.

No novo estudo, publicado pela revista Nature, a equipa comparou o DNA das crianças com o DNA antigo extraído anteriormente de um indivíduo de 4.500 anos na Etiópia e sequências de outros africanos antigos e vivos, usando vários métodos estatísticos para determinar como estavam todos relacionados, quais os grupos que vieram primeiro e quando se separaram uns dos outros.

Os pesquisadores afirmam que os humanos modernos divergiram em quatro grandes populações entre 200.000 e 250.000 anos atrás, segundo o geneticista David Reich, da Universidade de Harvard.

A análise sugere que as linhagens humanas estariam ligadas aos caçadores do grupo KhoeSan, nativos do Sudoeste da África, e outra que faria parte de uma população "fantasma" extinta.

De acordo com as análises, os ancestrais africanos teriam se dispersado a partir da região, dando origem a novas populações. Entretanto, mesmo com as novas evidências, os dados ainda não são sólidos o suficiente para comprovar de maneira confiável o estudo.

"Ele precisa ser testado com dados adicionais do genoma, tanto do DNA moderno quanto do antigo de mais africanos", afirmou Sarah Tishkoff, geneticista da Universidade da Pensilvânia.

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