Segundo um estudo recentemente publicado no Journal of Medical Virology, a maioria das primeiras pessoas infectadas que foram hospitalizadas tinha visitado um mercado na cidade chinesa de Wuhan (epicentro do surto do coronavírus) onde são vendidos frutos do mar, morcegos e cobras, entre outros animais selvagens.
Uma análise genética detalhada do 2019-nCoV revelou que se trata de uma nova estirpe que parece ser uma mistura de dois outros coronavírus: um deles é de morcegos e outro desconhecido.
O grupo apresentou evidências de que o último organismo onde o vírus residia antes de atingir humanos era uma espécie de cobra, com base em certos marcadores biológicos nas proteínas de superfície do vírus. Estas proteínas são o que faz com que os vírus invadam as células hospedeiras, e a forma mutante permite que o 2019-nCoV ataque facilmente as células humanas.
Os pesquisadores explicam que, em algum momento, um vírus no morcego saltou para as cobras, adaptando-se ao seu sistema imunitário. Posteriormente, as pessoas no mercado de Wuhan, manipulando ou comendo carne de cobra, ficaram infectadas.
Mas o vídeo viral de uma jovem chinesa comendo uma sopa de morcego (prato considerado uma iguaria na China) levantou questões sobre se o vírus poderia ser transmitido diretamente dos morcegos para os humanos.
Imagens explícitas. Sopa de morcego na mesa de jantar. Animais selvagens sempre foram considerados iguarias na China, dizem até que podem melhorar a saúde e o desempenho sexual. Não vamos esquecer que os morcegos são reservas de 60 vírus
Em 2002, o surto chinês do vírus da SARS (síndrome respiratória aguda grave) acabou por remontar a uma colônia de morcegos na província chinesa de Yunnan. Como o 2019-nCoV está geneticamente próximo da SARS, é bem possível que os morcegos também possam ser os portadores deste vírus.
Uma das formas de matar os organismos vivos causadores de doença nos alimentos que consumimos seria através da correta cozedura da carne animal. Contudo, as imagens do morcego sendo servido em caldo escuro mostram que o prato não teria passado por uma minuciosa inspeção de segurança alimentar.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não declarou emergência global relativamente ao vírus, que já matou pelo menos 25 pessoas, porém alertou para a necessidade de a comunidade internacional se manter preparada.