Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e integrantes do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do país, encontrou os vestígios mais antigos de fogueiras utilizadas pelos primeiros colonos da península de Iucatã, entre 10.750 e 10.250 anos atrás.
"Constituem uma evidência das estratégias de sobrevivência, capacidades de organização e planejamento, além do significado simbólico e ritual das cavernas para os primeiros habitantes", detalhou Alejandro Terrazas Mata, do Instituto de Pesquisas Antropológicas da UNAM.
"Há mais de 10 mil anos, na península de Yucatán, muito diferente da que conhecemos [...] os primeiros humanos da América já interagiam com o ambiente selvagem, deixando vestígios que hoje são estudados pela arqueologia e ciência".
As amostras de 14 fogueiras pré-históricas, obtidas entre 2017 e 2018 no cenote Aktun-Ha (uma caverna inundada), confirmam que "tiveram uma origem antropogênica in situ, ou seja, é descartado que os restos de carvão chegaram através da ação natural da água após o aumento do nível do mar na Terra", enfatizou INAH.
"O significado destas descobertas é que nos ajudam a reconstruir a história do fogo, que é de grande importância para o estudo da evolução e migração humana", ressalta o arqueólogo Luis Alberto Martos López.
As descobertas publicadas na revista internacional Geoarchaeology são consideradas peças-chave para entender o povoamento não apenas da península de Iucatã, como também do continente americano.