Ártico: mais um campo de batalha entre EUA e China?

De acordo com o embaixador chinês na Dinamarca, Feng Tie, os EUA estão usando alegações contra a Rússia e a China como uma manobra para encobrir seus próprios interesses na Groenlândia.
Sputnik

O embaixador chinês criticou um artigo de opinião de sua colega norte-americana Carla Sands, que acusou a China e a Rússia de terem interesses predatórios quanto à Groenlândia e ao Ártico como um todo.

"Em seu artigo de opinião, a embaixadora dos EUA afirmou indiretamente que as tentativas dos Estados Unidos de aumentarem a sua influência na Groenlândia são a melhor solução para a Dinamarca e Groenlândia, uma vez que a alternativa é a Rússia e China irem e tomarem a Groenlândia. Isto é absurdo e enganoso", escreveu Feng Tie em sua réplica no jornal Altinget, salientando que a China respeita a soberania, os direitos soberanos e jurídicos dos Estados do Ártico.

De acordo com Feng, não há motivo para enxergar a China como ameaça, mas "como um parceiro com muitas oportunidades". "É importante lembrar que qualquer cooperação é voluntária. A China não pode de forma alguma impor a cooperação à Groenlândia ou à Dinamarca", enfatizou.

O embaixador também respondeu às acusações de Sands de que Pequim estaria "gradualmente tentando penetrar no Ártico", ganhando um "ponto de apoio" através de uma rede de postos de observação científica. Feng também rejeitou o argumento, recordando que a China possui o direito de acessar partes do Ártico previstas no Tratado de Svalbard de 1920, que deu permissão aos signatários de conduzirem pesquisas científicas e atividades comerciais em áreas específicas da região.

Ele salientou que nenhuma companhia chinesa está atualmente operando na Groenlândia, mas acrescentou que Pequim está aberta a iniciar uma cooperação econômica.

Lars Bangert Struwe, secretário-geral da Associação Atlântica, sugeriu que o embate entre os dois embaixadores mostra a rivalidade que se desenvolverá entre as duas grandes potências ao longos dos próximos anos.

No ano anterior, o presidente norte-americano Donald Trump sugeriu a ideia de comprar a Groenlândia da Dinamarca. Esta oferta foi categoricamente rejeitada pela primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, como um "absurdo".

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