Gigantes tecnológicas como Google, Facebook e Amazon poderiam se ver obrigadas a pagar impostos mais altos na Europa à medida que governos da União Europeia buscam novas formas de conseguir dinheiro para lidar com a crise econômica, informa o canal CNBC, citando suas fontes.
"Vemos que as negociações sobre taxas a bens e serviços digitais avançam com maior velocidade na Europa, onde a crescente aspiração de utilizar o orçamento da UE para financiar a recuperação econômica do coronavírus pode fazer com que Bruxelas tenha um maior interesse na atrativa base fiscal potencial do comércio eletrônico e serviços digitais", salientou David Livingston, analista da Eurasia Group.
Se espera que a Comissão Europeia revele novos planos de gastos nesta semana, e, provavelmente, considerará impostos adicionais, incluindo tarifas atreladas ao carbono, como novas fontes de renda, salientam o canal.
De acordo com Dexter Thillien, analista da indústria, há duas razões pelas quais se poderia pedir às gigantes tecnológicas que paguem mais.
"A primeira é que serão as empresas que ganharão mais dinheiro durante e depois da pandemia, e a segunda é porque foram produzidos muitos movimentos em direção à tributação digital", detalhou o especialista.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as empresas do setor digital pagam em média a taxa efetiva de imposto de 9,5% na União Europeia. Comparativamente, as empresas tradicionais pagam 23,2%.
Contudo, as gigantes tecnológicas dos EUA insistem que pagam impostos em concordância com o definido pela lei.
A UE está acusando as grandes empresas do Vale do Silício, na Califórnia, de lucrar com as economias dos países europeus, utilizando sua complexa estrutura para enviar seus ganhos aos Estados-membros com menores impostos.
Margrethe Vestager, comissária para Concorrência do bloco europeu, foi encarregada de elaborar um "imposto europeu justo" até o fim desde ano caso os esforços mundiais para reformar a tributação digital não avancem.