Uma equipe de arqueólogos encontrou uma ampla galeria, com cerca de 130 quilômetros, em Arnhem Land, no norte da Austrália, com 87 abrigos de rochas que contém 572 pinturas rupestres individuais. Essa descoberta foi detalhada em um artigo publicado em 30 de setembro na revista científica Australian Archaeology.
"As figuras humanas são frequentemente retratadas com animais […] especialmente os macrópodes, e essas relações entre animais e humanos parecem ser centrais para a mensagem dos artistas", afirma o antropólogo Paul Taçon, principal autor do estudo, ao portal The Conversation.
Figura de Maliwawa, é como os autores denominaram esse importante estilo de arte rupestre nunca descrito anteriormente. "As figuras são frequentemente grandes (mais de 50 cm de altura), às vezes em tamanho real, embora também existam algumas pequenas (20–50 cm de altura)", afirmam os autores.
A datação por radiocarbono e a comparação com outros estilos regionais sugerem que os desenhos foram feitos em algum momento entre seis mil e 9.400 anos atrás, embora a julgar pela fauna representada, os pesquisadores dizem que a verdadeira idade está provavelmente mais próxima dos nove mil anos.
Elo perdido
As figuras de Maliwawa retratam muitos cangurus, pássaros, cobras, tilacinos, figuras humanas e espirituais, como um ser meio canguru, meio homem. Também inclui o que parece ser a pintura mais antiga conhecida de um dugongo.
Apresentando as figuras de Maliwawa: um estilo de arte rupestre anteriormente não descrito encontrado no oeste de Arnhem Land
Delineadas e preenchidas em vermelho, essas grandes imagens naturalísticas podem ser o elo perdido nos estilos de arte rupestre, diz o autor principal do estudo.
"As pessoas tinham memórias visuais notáveis e contavam histórias por meio da arte rupestre pintando coisas incomuns que haviam visto de longe […]. Os artistas estão comunicando claramente aspectos de suas crenças culturais, com ênfase em animais importantes e nas interações entre humanos e humanos e animais", garante Taçon.