O criminologista e escritor francês Xavier Raufer escreveu em seu artigo que a opinião pública europeia preguiçosa "cochila sobre a ideia confortável de tanques russos enferrujados e mísseis nucleares em galpões quase desmoronados".
No entanto, como destacou o autor, os especialistas têm observado outra situação durante uma década, por isso Raufer propõe analisar o arsenal russo, que é tecnologicamente mais avançado do que parece inicialmente.
Raufer lembra que no fim do ano passado a Polônia organizou uma simulação de combate com o Exército russo, mas seus resultados foram "horríveis".
"Durante a primeira semana de guerra com a Rússia 'o Exército polonês deixaria de existir', perdendo de 60% a 80% do pessoal e material", segundo o autor, que citou a mídia polonesa Interia.
Os especialistas explicaram que nas últimas décadas Moscou desenvolveu um arsenal de alta tecnologia "à beira da ficção científica", disse Raufer. Ele também destacou que os especialistas afirmaram que a Alemanha, França e Reino Unido não têm armamento semelhante.
Raufer deu exemplo de uma situação que ocorreu no mar Negro em abril de 2014. Um caça-bombardeiro Su-24 com o sistema Khibiny sobrevoou o destróier USS Donald Cook. O sistema eletrônico do navio deixou de funcionar.
Situação semelhante se passou com duas fragatas franceses em 2018. A chegada das tropas russas à Síria mudou completamente a correlação de forças, disse o autor da matéria. O sistema de guerra eletrônica Krasukha-4 criou uma bolha impenetrável para os meios da OTAN. Os radares, conexão com satélites-espiões, rede celular e Wi-Fi deixaram de funcionar.
"Em condições de saturação de contramedidas eletrônicas e informação falsa, o adversário deve tentar colocar interferências ao funcionamento dos numerosos sistemas russos bem encriptados", destacou Raufer.
O autor apresentou como exemplo sistemas de interferência como Moskva-4, Rtut-BM e Infauna, que não permitam observar a decolagem e aterrissagem de aviões.