De acordo com o site G1, a manifestação começou por volta das 05h30 na rodovia Castello Branco, e paralisou o trânsito no entroncamento entre as marginais Tietê e Pinheiros, um dos principais acessos à cidade. Depois de cerca de uma hora de protesto, o congestionamento nas marginais e na rodovia chegava a quase dez quilômetros.
Pouco antes das 09h00, os manifestantes liberaram uma das faixas da via expressa para os carros de passeio e motocicletas, mas os veículos de carga continuavam impedidos de passar.
A Polícia Militar (PM) e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo estão presentes no local. De acordo com o porta-voz da PM, o coronel Robson Cabanas Duque, os policiais estão tentando, neste momento, negociar com os caminhoneiros para liberar o trânsito na marginal.
"Nós entendemos o direito da manifestação, mas ela precisa ser pensada e precisa respeitar o direito das outras pessoas. Em um momento grave como esse não é possível que a gente faça esse tipo de movimento", disse o coronel, citado pelo G1.
O site de notícias também relatou que outra manifestação de caminhoneiros estava acontecendo na Zona Sul da cidade, na avenida Teotônio Vilela, perto de Interlagos. Os manifestantes são contrários às medidas mais rígidas impostas pelo governador João Doria para tentar conter o avanço do coronavírus em todo o estado.
Devido ao agravamento da pandemia em São Paulo, o governo decidiu colocar todo o estado na fase vermelha, a mais restritiva da quarentena, com o fechamento de serviços não essenciais por 14 dias e restrição de circulação entre 20h00 e 05h00. A medida começa a vigorar a partir deste sábado (6).
Por sua vez, a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, pediu que os manifestantes liberassem a circulação nas vias, pois o bloqueio dificulta a chegada de insumos e de pacientes aos hospitais.
"Manifestações são sempre bem-vindas, somos um país democrático, mas não podemos interromper vias neste momento. Não há hipótese de não ter fase vermelha. Nós tivemos o maior aumento de internações de leitos de UTI para a COVID-19 desde o início da pandemia, e não é somente de idosos, é de jovens, de adultos. Todos estão adoecendo e nós não teremos leitos se não fizermos a nossa parte", afirmou a secretária, citada pelo G1.
Ontem (4), a cidade de São Paulo registrou o maior índice de ocupação de leitos de UTI para a COVID-19 desde maio do ano passado, superando 80%. Segundo o noticiário Bom Dia SP, os hospitais da capital tiveram que suspender as cirurgias eletivas por conta da pressão causada no sistema de saúde pelo agravamento da pandemia. De acordo com o levantamento realizado pelo consórcio de veículos de imprensa, o estado de São Paulo registra 60.694 mortes e 2.080.852 de casos acumulados de COVID-19 desde o início da pandemia.