No domingo (18), após reunião no Gabinete de Segurança Institucional, autoridades israelenses manifestaram preocupação por acharem que o governo Biden está se apressando para voltar ao acordo nuclear com o Irã, argumentando que o poder de negociação de Washington está comprometido por sua ânsia de fechar um pacto, segundo o The Times of Israel.
"Ambos os lados, os norte-americanos e os iranianos, querem um acordo. O Irã sente o cheiro de que os EUA querem um acordo a qualquer preço. O resultado é conhecido desde o início - um retorno ao acordo com nuclear com emenda", disse um oficial sob condição de anonimato presente na reunião, segundo a mídia.
A reunião no Gabinete de Segurança Institucional foi anunciada no sábado (17), depois que os EUA pediram a Tel Aviv que parasse de fazer declarações sobre Teerã e o acordo nuclear. Apreensivos com o alerta norte-americano, o gabinete se reuniu pela primeira vez em dois meses em uma reunião que durou mais de duas horas.
O encontro contou com a presença de oficiais da Mossad, agência de espionagem de Israel, e da inteligência israelense. A Mossad informou principalmente sobre a situação do programa nuclear iraniano e os oficiais da inteligência discutiram as ações iranianas na região. As duas agências deram avaliações semelhantes sobre a posição das negociações em Viena, na Áustria, entre os EUA e o Irã, de acordo com a Axios.
"Não estamos muito otimistas para dizer o mínimo. Não ficaremos surpresos se dentro de semanas os EUA e outras potências mundiais assinarem um acordo com o Irã", disse um alto funcionário presente na reunião à Axios.
O Estado israelense está cada vez mais aflito pelo retorno dos EUA ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) do qual se retirou em 2018. O medo de Tel Aviv é que seu regresso permita ao país persa desenvolver armas nucleares.
No sábado (17), Reza Karimi foi identificado como o autor da explosão na instalação nuclear iraniana de Natanz no dia 11. O ataque foi atribuído a Israel.
Para Jerusalém, conforme citado pelo oficial presente na reunião "o acordo, a longo prazo, restringirá a liberdade de movimento de Israel. É muito preocupante", disse o oficial de acordo com o The Times of Israel.