Golpe de Estado no Sudão: premiê em prisão domiciliar, vários funcionários detidos por militares

Na madrugada desta segunda-feira (25), forças militares não identificadas invadiram a casa do primeiro-ministro do Sudão Abdalla Hamdok, que está agora em prisão domiciliar, de acordo com portal Arab News.
Sputnik
Além disso, quatro ministros do país africano e um representante civil do Conselho Soberano também foram presos, informa o portal, citando informações do canal de TV Al-Hadath.
Segundo relatos, um assessor do primeiro-ministro foi detido depois que as forças militares invadiram sua casa.
Por sua vez, a Associação de Profissionais do Sudão (SPA, na sigla em inglês), uma coalizão de sindicatos que se opõe aos militares do país, apelou às pessoas para que saiam às ruas e resistam ao golpe militar.
Em um comunicado emitido hoje (25), a SPA informou que estava exortando as pessoas para ocuparem as ruas e declararem "estado de resistência e desobediência civil".
​Atualizações – informações de golpe militar no Sudão: Altos funcionários do governo detidos, premiê Hamdok está em prisão domiciliar. General Burhan deve anunciar o estado de emergência. Falhas de conexão da Internet em Cartum. Manifestantes bloqueiam estradas de Cartum para protestar contra prisões.
No domingo (24), a polícia de Cartum, capital do país, usou gás lacrimogêneo contra manifestantes que exigiam a transferência de poder dos militares para um governo civil, informou um jornalista da Sputnik.
Na quinta-feira (21) vários milhares de manifestantes realizaram protestos nas principais cidades do Sudão gritando "Entrega o poder, Burhan" dirigindo-se ao chefe do Conselho, general Abdel Fattah al-Burhan.
O mandato de transição do Conselho Soberano do Sudão , composto por 11 membros, expira no próximo mês. Depois disso, o conselho militar deverá entregar o poder ao governo civil.
Em abril de 2019 ocorreu um golpe de Estado militar no país, desencadeado por protestos populares em massa que começaram em meio a uma profunda crise econômica e ao declínio dos padrões de vida.
O então presidente Omar al-Bashir, que governou a nação africana durante 30 anos, foi removido do poder e mais tarde preso. No mesmo ano, o chefe do conselho militar de transição do Sudão, al-Burhan, assumiu o cargo do Conselho de Soberania do país, que prometeu entregar o poder às autoridades civis após um período de transição.
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