Segundo os dados, na última década a JBS desmatou mais de 3 milhões de hectares, e as análises do projeto calculam que 81% do desmatamento tenha sido feito ilegalmente. Entre os dados analisados estão a relação entre compra de gado na região da Amazônia Legal Brasileira em 2016 e o aumento do desmatamento nas mesmas regiões desde então. Também foram observadas imagens de satélite que mostram cenas de deflorestação, rebanhos de gados e estruturas para cuidado dos animais.
Em resposta às acusações, a empresa JBS divulgou um comunicado dizendo: "A JBS está totalmente comprometida com a criação de gado sustentável em todas as regiões onde opera […] Nossa empresa não tolera o desmatamento ilegal, uso de mão de obra forçada, exploração de terras indígenas ou violações de embargos ambientais".
O estudo realizado pela organização ambiental ainda está em curso, mas até agora fez a conexão entre 400 diferentes empresas, sejam produtores de couro, indústrias de sapatos e roupas e lojas de moda. O relatório explica que as conexões descobertas não são uma garantia do envolvimento direto das marcas com couro proveniente de desmatamento na Amazônia, mas demonstram que estas empresas estão ao menos sob o risco de contribuir com o mesmo.
Entre as marcas com várias conexões ao desflorestamento da Amazônia estão: Adidas, Fila, Puma, Nike, Zara e Prada. O coletivo Slow Factory criou um mapa interativo onde pode ser vista a relação das marcas citadas na pesquisa e empresas responsáveis pelo desmatamento.
Criação de gado no Brasil
O Brasil tem a maior produção de gado do mundo com 215 milhões de animais, e 80% da produção de couro é exportada. Os grandes importadores de couro brasileiro são China, com a compra de 41,6% da produção, seguida pela Itália com 27,3% e Vietnã – 9,6%.
Segundo dados do governo brasileiro, 7,3 milhões de hectares de floresta foram perdidos na Amazônia brasileira nos últimos 10 anos. 2021 acumulou o maior índice de desmatamento desde 2008.