As forças militares da Dinamarca no Mali foram convocadas de volta ao país, anunciou Jeppe Kofod, ministro das Relações Exteriores dinamarquês, citado na quinta-feira (27) pela emissora TV2.
A decisão teria sido tomada após um debate no Comitê das Relações Exteriores do Parlamento. Trine Bramsen, ministra da Defesa, explicou que passará algum tempo até o contingente dinamarquês ser completamente retirado do país africano, enquanto Kofod chamou a situação no Mali de "fluída", sublinhando que os militares da Dinamarca chegaram após um convite formal.
"Continuaremos nossa cooperação próxima com nossos aliados europeus, liderados pela França, para continuar colocando pressão nos conspiradores do golpe [de Estado], recuperar a democracia e criar segurança às pessoas do Mali", disse Kofod, apesar de a Dinamarca, segundo ele, ter sido afastada como uma "peça em um jogo político sujo".
Copenhague tem 105 militares no Mali, incluindo soldados de operações especiais, uma equipe cirúrgica e pessoal de apoio. Eles chegaram ao país africano em 18 de janeiro para participar da Força-Tarefa Takuba antiterrorista multinacional, liderada pela França.
No entanto, cerca de uma semana mais tarde, o governo transitório do Mali afirmou que as forças dinamarquesas já não eram bem-vindas, apesar de elas terem estado presentes no país desde 2012. Os militares malianos justificaram isso por a Dinamarca não ter consultado o governo sobre o destacamento da missão e não seguir os protocolos aplicáveis.
O Partido Popular Socialista e o Partido Popular Dinamarquês acabaram apoiando a saída, apesar de defenderem previamente a participação do contingente, enquanto a França e outros 14 países europeus que participam da Força-Tarefa Takuba exortaram sem sucesso as autoridades do Mali a deixarem as forças especiais da Dinamarca permanecer no país.
Mali tem sido abalado na última década por instabilidade política e um conflito armado entre o governo e rebeldes tuaregues, que declararam a secessão de um novo Estado, o que foi seguido por uma intervenção militar francesa e dois golpes de Estado nos dois últimos anos. O último, em 2021, levou ao anúncio de eleições em fevereiro de 2022, agora adiadas por cinco anos. A Dinamarca criticou a ação e sugeriu sanções ao governo transitório, o que poderia ter sido a razão da recente oposição à sua presença no Mali.