A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, condenou a contínua histeria em torno de uma suposta "iminente" invasão russa à Ucrânia, impulsionada por funcionários do governo e pela mídia do Reino Unido.
Zakharova sugeriu que parte da razão pela qual Londres continua a vender essa alegação é porque o gabinete do primeiro-ministro, Boris Johnson, está enfrentando problemas "em casa".
"Pedimos aos países ocidentais que parem de incitar a histeria anti-Rússia, que na verdade já se tornou anti-Ucrânia; pedimos que parem de enviar armas para Kiev. Essas ações têm um impacto negativo tanto na solução do conflito em Donbass quanto na situação geral no campo da segurança e estabilidade da Europa", disse Zakharova.
A representante pediu ainda que a mídia e os políticos ocidentais parassem de espalhar falsas informações sobre uma "iminente" invasão e suas supostas datas, pois afeta gravemente o estado psicológico e a moral das pessoas, principalmente entre os ucranianos.
Zakharova também pediu à secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, que se desculpasse por suas alegações de uma "iminente" invasão russa depois que ela não se concretizou nesta quarta-feira (16), para grande decepção da mídia ocidental, que havia afirmado ser este o dia do ataque.
"Toda essa histeria permite [que o Ocidente] distraia a todos do fato de Kiev falhar em cumprir [os acordos de Minsk]. Também resolve os problemas políticos domésticos que a equipe do primeiro-ministro [do Reino Unido] Boris Johnson enfrenta agora", disse Zakharova.
A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia apontou que o escândalo que se desenrola sobre a participação em festas de membros do gabinete de Johnson durante as restrições por conta da pandemia COVID-19, pode custar ao primeiro-ministro seu cargo. Zakharova sugeriu que, ao provocar histeria na Ucrânia, Londres está tentando encontrar uma "força externa" para mudar o foco do escândalo doméstico.
Falha na previsão
Zakharova passou a criticar os tabloides britânicos The Sun, Mirror, e a emissora norte-americana Fox News, por mentirem para seu público sobre suposta hora e data da invasão russa à Ucrânia.
As primeiras alegações sobre uma invasão russa ocorrer nesta quarta-feira (16) começaram a surgir na mídia norte-americana na semana passada. As afirmações infundadas foram parcialmente apoiadas por políticos dos EUA que alegaram que um ataque poderia acontecer a qualquer dia, apesar dos mesmos políticos admitirem que não tinham como saber a data exata.