Panorama internacional

Alemanha diz que vai apoiar adesão de Finlândia e Suécia à OTAN em clara expansão do bloco militar

Conflito na Ucrânia foi um "ponto de virada" para as relações de segurança na Europa, afirmou o chanceler alemão.
Sputnik
A Alemanha vai apoiar a admissão da Finlândia e da Suécia na aliança militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), disse o chanceler Olaf Scholz, depois que os dois Estados nórdicos manifestaram interesse em se juntar à aliança, apesar das décadas de neutralidade.
Falando a repórteres na última terça-feira (3), após dois dias de reuniões a portas fechadas com seus colegas finlandeses e suecos em uma cidade perto de Berlim, Scholz prometeu apoiar a tentativa de ambas as nações de ingressar no bloco militar ocidental caso enviem pedidos de adesão.
"Para nós, está claro: se esses dois países decidirem que devem se juntar à aliança da OTAN, podem contar com nosso apoio", disse ele, acrescentando que, "mesmo no período anterior à decisão de adesão à OTAN, eles sempre puderam contar com o apoio da Alemanha. Como europeus, nos vemos obrigados a fazê-lo de qualquer maneira".
Os comentários de Scholz seguem relatos de que Helsinque poderia declarar sua intenção de ingressar na OTAN já na próxima semana, com o presidente Sauli Niinisto supostamente pronto para anunciar a mudança em 12 de maio. Ainda não está claro se Estocolmo vai seguir o exemplo, embora o parlamento do país tenha dito recentemente que deve realizar uma revisão da política de segurança sueca antes que uma decisão seja tomada.
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Enquanto relatos anteriores afirmavam que os dois países enviariam seus pedidos ao mesmo tempo, o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, disse que seu país poderia seguir em frente sem seu vizinho.
"Atualmente, acho que o clima no parlamento [...] inclui a possibilidade de seguir sem a Suécia", disse o ministro ao Irish Times em entrevista na semana passada. "Seria bom fazer as mesmas coisas ao mesmo tempo que a Suécia, mas isso depende das decisões suecas. É muito cedo para adivinhar a data, mas acho que antes do verão daremos prosseguimento."
Dirigindo-se a jornalistas na terça-feira, a primeira-ministra sueca Magdalena Andersson disse que uma decisão ainda não foi tomada e que "todas as opções estão na mesa", comentários que ganharam eco na voz da primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin.
"A Finlândia e a Suécia estão enfrentando decisões importantes em relação à sua própria segurança", disse Marin, acrescentando que "o ataque da Rússia à Ucrânia mudou drasticamente nosso ambiente de segurança e isso não pode ser desfeito".
O chanceler alemão também classificou a operação especial militar da Rússia como um "ponto de virada" para a segurança no continente, dizendo que o ataque levou Berlim a abandonar uma política de longa data contra o envio de armas para zonas de conflito ativas. "Era certo e necessário" mudar essa política, continuou Scholz, acrescentando que "agora estamos fornecendo apoio em larga escala [à Ucrânia], o que continuaremos a fazer".
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